O resgate do tigre
Autora: Colleen Houck.
Tradução: Raquel Zampil.
Páginas: 432.
ISBN: 9788580410617.
Editora: Arqueiro.
Sinopse:
Kelsey Hayes nunca imaginou que seus 18 anos lhe reservassem
experiências tão loucas. Além de lutar contra macacos d'água imortais e
se embrenhar pelas selvas indianas, ela se apaixonou por Ren, um
príncipe indiano amaldiçoado que já viveu 300 anos.
Agora que ameaças terríveis obrigam Kelsey a encarar uma nova busca –
dessa vez com Kishan, o irmão bad boy de Ren –, a dupla improvável
começa a questionar seu destino. A vida de Ren está por um fio, assim
como a verdade no coração de Kelsey.
Em O Resgate do Tigre, a aguardada sequência de A Maldição do Tigre, os
três personagens dão mais um passo para quebrar a antiga profecia que os
une.
Olá, leitores! A resenha de hoje é sobre um dos livros mais aguardados do ano. O resgate do tigre é o segundo livro da série The Tiger Saga ("A saga do tigre"). A resenha do primeiro livro pode ser conferida clicando aqui. Se você ainda não leu A maldição do tigre, não prossiga. Mas se não vê problemas com pequenos spoilers, confira meus comentários sobre o segundo livro da série.
“(...)
Dormir no chão da selva, falar com deusas indianas, me apaixonar
por um... tigre – nada disso era normal. Nem de longe.”
Pág. 19.
Após retornar da Índia, Kelsey recebe várias recompensas pelos seus feitos no país ao quebrar a primeira parte da maldição que transformou Ren e Kishan, dois príncipes indianos, em tigre há vários anos. Uma nova e enorme casa espera por ela nos EUA, com um carro potente na garagem e a matricula numa excelente universidade. Tudo lembra Ren e fica cada vez mais difícil para a garota não pensar a respeito dele. Kelsey não se acha boa o suficiente para Ren.
O começo do livro mostra apenas a história de uma garota querendo esquecer um grande amor conhecendo outros garotos, mas que sabe que lá no fundo está aquele sentimento esquisito de quem sente um grande primeiro amor. Ninguém será como aquela pessoa que primeiro balançou o seu coração. Kelsey compara praticamente todos os garotos que ela vê, não necessariamente aqueles com quem ela se encontra, com o seu príncipe tigre, mesmo que não consiga evitar essas comparações. Ninguém é como Ren; ele saberia como tratar uma garota num encontro, seria gentil e amável. Saberia dizer as palavras certas.
É um baque quando Ren aparece à sua porta e seus sentimentos ficam mais confusos. Mas Ren está ali para protegê-la e convoca a ajuda de Kishan, pois ao que tudo indica Lokesh procura por ela. Em uma emboscada, quando os três estão prontos para fugir dos EUA e voltar à Índia, um dos tigres é sequestrado e os outros dois precisam empreender uma jornada para resgatá-lo.
Eu não consigo assimilar o que Ren e Kishan tanto veem na Kelsey para os dois se sentirem absurdamente atraídos por ela. Na verdade, enquanto está na faculdade, Kelsey acaba chamando a atenção de outros garotos também. Gostei da construção deles, embora somente apareçam na parte inicial do livro eles são bem apresentados. Por mim, sou mais Kishan e Kelsey que Kelsey e Ren. Na verdade, prefiro o Kishan ainda com outra garota. Não vejo muito sal na Kelsey, embora ela seja um pouco chata ao mesmo tempo não é tão insossa assim.
Kelsey está menos infantil que no livro anterior, mas algumas comparações que ela faz citando personagens de filmes e livros me pareceram despropositadas. Até Lorde Voldemort é citado, para terem uma ideia. Mas gosto do lado aventureiro dela, da garota não ser uma flor frágil protegida numa redoma de vidro. Ela se arrisca para encontrar os prêmios que reverterão a maldição dos irmãos. Bem, talvez o que desperte o interesse dos príncipes é essa determinação da garota, esse espírito aventureiro incomum às mocinhas de romance.
“Vou
logo avisando, Kelsey. Sou um homem extremamente paciente. Fui
treinado à exaustão a esperar o inimigo. Minha vida como tigre me
ensinou que a persistência e a diligência sempre valem a pena.
Considere-se advertida, priyatama. Eu estou numa caçada. Já farejei
seu cheiro e nada vai me deter.”
Ren, pág. 94.
Eu sou mais simpático ao Kishan que ao Ren. É aquela coisa novamente
de quando eu não me simpatizo com os "mocinhos" que os autores criam
para fazer par com a "mocinha" da história. Ren é possessivo e ciumento demais e
isso o tornou chato, para mim. Kishan é mais debochado, mais atrevido. E isso é mais
divertido.
Eu me identifiquei muito mais com o Kishan durante a leitura. Ele é sofrido,
carrega uma culpa e mesmo assim ainda tem esperança de ser feliz em
algum momento de sua vida. Não que eu carregue culpa e seja sofrido, só para deixar claro haha. Ele tem consciência de que vai insistir até
onde der para que tudo dê certo e que não vai se permitir sofrer duas
vezes a mesma dor que já sofrera. Ele sofreu por amor. A única
diferença entre Kishan e eu é que ele é um príncipe bonitão e eu não.
Ah, claro, ele também pode se transformar num tigre de pelos negros.
A autora conseguiu me agradar bastante com esse livro e espero muito que melhore ou pelo menos matenha a qualidade em A viagem do tigre, próximo livro da série. Confesso que comecei a lê-lo com o pé muito atrás, pois a autora se inspira nos livros da série Crepúsculo. Não sei se vocês sabem, mas eu não consegui terminar de ler Crepúsculo. São até reconhecíveis algumas características semelhantes entre as séries.
A capa é a que eu considero mais bonita, gosto do dourado constrastando com o tigre negro. As páginas seguem o padrão da Arqueiro e a fonte é bem firme e facilita na leitura. É uma leitura mais que recomendada para quem curte um romance, com uma boa dose de aventura e mitologia indiana.
“–
Não sou o tipo de homem que reprime os sentimentos, Kells. Não fico
sentado no quarto me consumindo de tristeza, escrevendo poemas de
amor. Não sou um sonhador. Sou um lutador. Sou um homem de ação e
vou precisar de todo o meu autocontrole para não lutar por isso.
Quando é preciso fazer alguma coisa, eu faço. Quando sinto alguma
coisa, eu tomo uma atitude. Não vejo nenhum motivo para que Ren
mereça ter a garota dos seus sonhos e eu não. Não me parece justo
isso acontecer comigo duas vezes.”
Kishan, pág.
357/358.
A autora conseguiu me agradar bastante com esse livro e espero muito que melhore ou pelo menos matenha a qualidade em A viagem do tigre, próximo livro da série. Confesso que comecei a lê-lo com o pé muito atrás, pois a autora se inspira nos livros da série Crepúsculo. Não sei se vocês sabem, mas eu não consegui terminar de ler Crepúsculo. São até reconhecíveis algumas características semelhantes entre as séries.
A capa é a que eu considero mais bonita, gosto do dourado constrastando com o tigre negro. As páginas seguem o padrão da Arqueiro e a fonte é bem firme e facilita na leitura. É uma leitura mais que recomendada para quem curte um romance, com uma boa dose de aventura e mitologia indiana.