quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Resenha | Cinder

Oi, galera! Hoje eu comento sobre um livro que mistura distopia, ficção científica e contos de fadas. Curiosos para saber o que saiu desse caldeirão?

Cinder - Crônicas Lunares
Autor: Marissa Meyer.
Tradução: Maria Beatriz Branquinho da Costa.
Editora: Rocco Jovens Leitores.
Páginas: 448.
ISBN: 9788579801525.
Classificação: 4,5/5.
Capítulo do Livro
Skoob

Sinopse:

Num mundo dividido entre humanos e ciborgues, Cinder é uma cidadã de segunda classe. Com um passado misterioso, esta princesa criada como gata borralheira vive humilhada pela sua madrasta e é considerada culpada pela doença de sua meia-irmã. Mas quando seu caminho se cruza com o do charmoso príncipe Kai, ela acaba se vendo no meio de uma batalha intergaláctica, e de um romance proibido, neste misto de conto de fadas com ficção distópica. Primeiro volume da série As Crônicas Lunares, Cinder une elementos clássicos e ação eletrizante, num universo futurístico primorosamente construído.

Cinder é inspirado no conto da Cinderela, como vocês podem imaginar. Quando o livro foi lançado, confesso que torci o nariz para essa história. Eu não sou muito fã de contos de fadas. Mas conforme fui lendo algumas resenhas, passei a ter curiosidade sobre como Marissa Meyer recontou a história da plebeia que ficaria em casa enquanto sua madrasta e irmãs iam ao baile do Príncipe Encantado.

Um mundo de homens, lunares e máquinas

A história ocorre na Terceira Era após a Quarta Guerra Mundial. Estamos no ano 126 num futuro em que muitos países deixaram de existir e passaram a fazer parte de um dos seis territórios terrestres: Reino Unido, Federação Europeia, União Africana, República da América, Austrália e Comunidade das Nações Orientais. Territórios terrestres? Sim, na história de Marissa, houve um momento em que alguns humanos passaram a habitar a Lua e lá criaram um único país chamado Luna, governado no sistema de monarquia.

Os lunares eram uma sociedade que evoluíra de uma colônia terrestre na lua séculos atrás, mas não eram mais humanos. Dizia-se que podiam modificar o cérebro de uma pessoa - fazer você ver, sentir e fazer coisas que não devia. O poder anormal deles os tornara uma raça gananciosa e violenta, e a rainha Levana era a pior deles.
Página 51.

Na Terra, uma doença letal surgiu após a Quarta Guerra Mundial e muitas pesquisas em busca da cura são feitas. É a letumose. A tecnologia do planeta é bastante avançada, com androides ajudando os humanos no dia a dia como empregados domésticos ou mesmo cuidadores. Mas quando um humano possui partes mecânicas em seu corpo, ele é chamado de ciborgue. E, muitas vezes, ele não é visto com bons olhos pelas outras pessoas.

É o caso de Linh Cinder.

O conflito

Cinder é uma ciborgue de 16 anos. Ela mora com a madrasta Adri e as duas meio-irmãs, Pearl e Peony, num apartamento com vista para o Palácio de Nova Pequim. Enquanto suas irmãs se preparam provando vestidos para ir ao baile dali a alguns dias, Cinder é forçada a trabalhar todos os dias como mecânica numa região comercial de Nova Pequim. Um dia, um cliente misterioso aparece solicitando seus serviços para restabelecer o funcionamento de uma androide. É o príncipe Kaito, herdeiro do trono, e ele precisa de todo o sigilo de Cinder neste trabalho.

A Comunidade Oriental está passando por um momento de crise. A letumose atacou o atual imperador. Espera-se que o príncipe Kaito assuma a coroa e que arrume uma esposa para governar ao seu lado. Por conta de um tratado de paz interplanetário, boatos dizem que a rainha Levana é uma forte candidata ao posto. Mas Kaito não está muito disposto a passar o resto da sua vida ao lado dela.

Entrementes, enquanto Cinder tenta reparar o aerodeslizador da família, um meio de transporte que substituiu os carros no futuro, sua irmã Peony é infectada pela letumose. Começa, então, uma corrida contra o tempo para buscar uma cura para salvar tanto o imperador quanto Peony e Cinder se sujeita aos testes em laboratório como cobaia.

Desenvolvimento e narrativa

Parece estranho quando a gente pega um livro e a personagem principal não é completamente humana. Dá a sensação de que será uma leitura engessada ou mesmo carente de emoção. Mas Cinder não é nada assim. A garota está longe de ser uma pobre coitada, uma donzela correndo perigo. Ela é durona quando tem que ser e, mesmo assim, ainda consegue manter os sonhos de uma garota comum.

O livro é dividido em quatro partes e cada uma delas começa com um pequeno trecho do conto da Cinderela que vai guiar o leitor durante a leitura. Os elementos do conto da Cinderela estão bem trançados na narrativa e até mesmo a perda do sapatinho de cristal acontece aqui, mas de uma forma bem inusitada. Oh, isso não é spoiler, hein. Praticamente, todo mundo conhece a história da Cinderela.

A narrativa é em terceira pessoa e em boa parte temos somente o ponto de vista de Cinder. Em alguns momentos, lemos a história pelo ponto de vista de Kaito e do dr. Erland, pesquisador da cura para a letumose. Marissa prende a atenção com o suspense certo para instigar o leitor a continuar querendo saber o que vem a seguir. A fluência é muito boa, a gente visualiza muito bem tudo o que está escrito como se tivéssemos assistindo e não lendo a história acontecer. Eu li o livro em dois dias só para vocês terem uma ideia.

Concluindo

Por favor, se vocês assim como eu estavam com um certo preconceito por ser um conto de fadas ultramoderno, peguem esse preconceito e joguem fora. É uma leitura que vale muito a pena, porque aborda vários temas sem ser massante e raso. As continuações, Scarlet (Chapeuzinho Vermelho) e Cress (Rapunzel), já estão publicadas e logo devem chegar ao Brasil. O quarto livro terá Branca de Neve como uma das protagonistas e se chamará Winter. Muito ansioso para saber o que vem a seguir!

- Vaidade é um fato, mas é mais uma questão de controle. É mais fácil induzir os outros a acreditar que você é lindo se você puder se convencer de que você é lindo. Mas espelhos têm um jeito incomum de dizer a verdade.
Página 198.
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