quarta-feira, 12 de junho de 2013

Resenha | As vantagens de ser invisível

As vantagens de ser invisível
Autor: Stephen Chbosky.
Tradução: Ryta Vinagre.
ISBN: 9788532522337.
Páginas: 223.
Editora: Rocco.
Skoob

Sinopse:


Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.
As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir "infinito" ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento.

Desde que o filme foi lançado, eu tive muita vontade de ler o livro no qual foi baseado. Mas eu acabei assistindo a adaptação antes de ter a oportunidade de lê-lo.

Então, esta é a minha vida. E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim.
Página 12.

Conta a história de Charlie, um garoto de 15 anos solitário que muitas vezes passa despercebido pelas pessoas. É um pinto rachando a casca do ovo, descobrindo a vida e experimento todas as questões inerentes à idade. A princípio, Charlie é bastante ingênuo e seu amadurecimento progride lentamente. Há um motivo para ele ser mais infantil, ele fica subentendido durante boa parte da história. Na escola, ele conhece dois irmãos, Sam e Patrick, que modificavam muitas coisas na vida de Charlie, apresentando músicas novas e sensações que ele jamais pensaria experimentar.

Sam é bastante humana, com qualidades e defeitos. Ela curte a vida sabendo das consequências e está disposta a novas experiências e modificar-se se as coisas não estiverem tão legais. Patrick possui um drama maior e mais carregado de tabu para a época em que está inserido. O conhecimento e aceitação da sexualidade no ambiente escolar de 1992 certamente era algo delicado de se lidar. Ele ama e é feliz como é, mas se revolta pela condição preconceituosa imposta pela sociedade ao que ele é.

- Você vê as coisas. Você guarda silêncio sobre elas. E você compreende.
Página 48.

A narrativa é feita de forma epistolar e, a princípio, causa uma certa estranheza. Em nenhum momento é contado para quem o garoto escreve as cartas. Eu tenho minha teoria que tudo isso é um diário em que ele precisa externar o que sente para se entender como pessoa e compreender o que houve em seu passado que o levou ao momento presente.

Uma das coisas que eu gostei bastante é o fato da história ser no passado. Deixo claro que a primeira publicação do livro, em inglês, foi em 1999. Em português, 2007. Reconheci vários elementos que fizeram parte da minha infância. Essa volta ao passado bem que podia ser a nova onda literária. Aí sim valeria muito a pena se jogar em várias e lembrar uma época em que podíamos brincar na rua sem medo, uma época em que as descobertas do amor e da vida aconteciam lentamente. Nada era tão apressado.

(...) Não sei quanto tempo eu posso continuar sem um amigo. Eu costumava ser capaz de fazer isso com muita facilidade, mas foi antes de eu saber como era ter um amigo. É muito mais fácil não saber das coisas de vez em quando.
Página 154.

O livro me fez pensar se não sou um wallflower como o Charlie. Eu me reconheci em várias atitudes do garoto. Eu seria capaz de fazer muitas das coisas que ele faz, e acho que até faço. E do mesmo modo que Sam dá um tapa moral querendo abrir os olhos do garoto para a própria vida, ela me fez enxergar isso também.

As vantagens de ser invisível entra naquela categoria rara em que o filme é melhor que o livro. O livro é muito bom ao seu modo, mas o filme é mais emocionante. Não tem como encerrar sem o quote mais famoso do livro.

E naquele momento eu seria capaz de jurar que éramos infinitos.
Página 49.

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