quarta-feira, 4 de abril de 2012

Resenha | O Espião

O Espião
Autor: Clive Cussler e Justin Scott.
Tradução: Henrique Amat Rego Monteiro.
Páginas: 416.
ISBN: 9788563219985.
Editora: Novo Conceito.

Sinopse:

É 1908 e acumulam-se tensões internacionais enquanto o mundo caminha inexoravelmente para a guerra. Após um talentoso projetista de canhões de couraçados morrer em um aparente suicídio, sua filha, angustiada, recorre à lendária Agência Van Dorn para limpar o nome do pai. Van Dorn põe seu principal investigador no caso, Isaac Bell, que logo percebe que as pistas apontam não para suicídio, mas para assassinato. E quando se seguem outras mortes mais suspeitas, fica evidente que alguém — um ardiloso espião — está orquestrando a eliminação das mentes tecnológicas mais brilhantes... Mas isso é apenas o começo.

Olá, leitores. Hoje eu vou comentar sobre um livro que eu gostei bastante de ler. O Espião é o terceiro livro de uma série escrita por Clive Cussler e Justin Scott, com o investigador Isaac Bell como personagem principal. Não é preciso ler os outros livros para entender esse - eu mesmo não li e adorei a história. Os livros anteriores são The Chase e The Wrecker. O Espião é uma cortesia da editora Novo Conceito em parceria com o blog.

Existe uma diferença entre a literatura policial e a literatura de espionagem que muito me agrada. Quando um leio um livro policial, não sinto que sou levado a pensar e elaborar teorias sobre o plot central que move a história. Arrisco a dizer que me sinto enrolado com as divagações que ocorrem nesses livros.

Já a narrativa de um livro de espionagem é bem diferente. O foco é quase 100% no desenvolvimento do plot, não dando uma importância maior, algumas vezes, às subtramas. O leitor recebe a todo momento uma pista que o leva a pensar furiosamente, junto com o personagem principal da história, afim de desvendar o caso apresentado. E quando descobrimos algo crucial, outro acontecimento importante surge e novos elementos são adicionados à narrativa, fazendo com que a história siga em frente. E essas coisas estão fantasticamente mostradas em O Espião.

A história do livro se desenvolve a partir de um homicídio configurado como suicídio de uma das grandes mentes responsáveis pelas tecnologias de construção e melhorias de couraçados. Couraçados são navios de guerra fortemente blindados e armados com artilharia de longo alcance e maior calibre existente. Quando o investigador Isaac Bell entra em cena a pedido de Dorothy Langner, que não acredita que seu pai se matou, ele descobre que há um esquema muito maior por trás daquela primeira morte.


Os autores conseguiram passar todo o ambiente de 1908 de forma crível. Conseguimos visualizar a grandiosidade dos navios, os estaleiros, as ruas escuras da cidade e os salões de festas daquele tempo como se fossem uma lembrança nossa. Apesar da ação se manter constante - não há uma página que não seja de importância para a história -, ela não cansa. O que apenas a princípio parece um jantar romântico, é um meio de obter informações preciosas. A única coisa que eu não gostei foi o fato do nome das ruas terem sido mantidas em inglês. Não é todo mundo que conhece os ordinais ingleses. Assim, preferia que tivessem traduzido "7th Avenue" para "7ª Avenida", "42nd Avenue" para "42ª Avenida".

A diagramação do livro segue o padrão da editora. A capa tem muito a ver com a história e transmite um pouco desse clima de espionagem e da ambientação da história. Recomendo esse livro para todas as pessoas que gostam de uma história bem escrita, envolvente e movimentada. É um livro que funciona para todos os públicos; mesmo as mulheres se sentirão envolvidas com as aventuras de Isaac Bell.

"– Mas a tragédia do suicídio – interrompeu Van Dorn – é que a vítima não vê outra saída em relação a algo que não consegue suportar. É a morte mais solitária."
Pág. 27.
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