domingo, 9 de setembro de 2012

Resenha | A Seleção

A Seleção
Autora: Kiera Cass.
Tradução: Cristian Clemente.
ISBN: 9788565765015
Páginas: 368.
Editora: Seguinte.
Capítulo do Livro
Skoob

Sinopse:

Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China, e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças entre dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha.

Olá, leitores! A resenha de hoje é sobre mais um livro que a Editora Seguinte, selo da Companhia das Letras, lançará em 21 de setembro. O livro já está em pré-venda em algumas livrarias e vocês podem comparar os preços clicando aqui.

America Singer é uma jovem musicista que mora com os pais e os irmãos e pertencem ao grupo da casta 5. Ela recebe uma carta convidando-a para a Seleção. A Seleção é uma oportunidade de uma garota das 8 castas de Illéa de se tornar uma princesa, casando com Maxon Schreave, princípe do país. Só que America não quer ser princesa de Illéa, ela quer ser a princesa de Aspen Leger, um jovem da casta 6.

“(...) A ideia de entrar em um concurso que o país inteiro acompanharia só para ver um riquinho esnobe escolher a moça mais linda e sonsa do grupo para ser o rosto calado e bonito que apareceria ao lado dele na TV... era o bastante para me fazer gritar. Haveria humilhação maior?”
Pág. 14.

Participar da Seleção e ser uma das 35 garotas é uma oportunidade única e é benéfico também para a família da garota. Mas apesar dos dois anos de namoro às escondidas, America e Aspen veem sua relação ser balançada com a chegada dos formulários de inscrição para a Seleção.

America é uma personagem que gera empatia imediata pelo modo como trata sua família e as criadas que cuidam dela enquanto no castelo. Já Maxon, é recebido com os mesmos preconceitos que America tem a seu respeito. Será que ele é mimado? Será que ele sabe sobre os problemas que assolam Illéa? Eu ainda não sei muito bem para quem torcer. Embora não considere Aspen um pobre coitado - na verdade, ele é muito batalhador e altruísta - tem alguma coisa nele que ainda faz com que olhe estranho.

O livro é narrado em primeira pessoa, pelo ponto de vista de America. E, por conta disso, não chegamos a conhecer muito dos outros personagens. Eu queria muito que a Rainha Amberly e o Rei Clarckson tivessem uma participação maior na história. A Rainha, afinal de contas, já foi uma das Selecionadas antes de estar onde está. May, a irmãzinha de America, é uma personagem encantadora e apaixonante. Ela ama a irmã, deseja toda a sorte do mundo para America mas não teme mostrar seus sentimentos quando pensa que a irmã corre algum perigo no castelo por conta dos ataques dos rebeldes. Não posso deixar de falar na Celeste, uma das Selecionadas que tem um temperamente extremamente competitivo. Ela é capaz de tudo para alcançar o objetivo da Seleção. A gente sente raiva de algumas coisas e fica impressionado com a ousadia dela de fazer outras.

Embora seja um livro bastante focado no romance, o fundo distópico está lá. Os EUA, como nós o conhecemos hoje, já não existe mais. Após passar pela Terceira Guerra Mundial devido a uma invasão chinesa motivada por dinheiro, o país recebeu o nome de Estado Americano da China. Após uma nova rebelião envolvendo um ataque russo, comandado por Gregory Illéa, o Estado Americano da China não quis reaproveitar o antigo nome do país e se reergueu sob o nome e comando de Gregory. No entanto, pequenos grupos rebeldes ainda envidavam ataques à realeza e, através de Maxon, sabemos que as intenções deles não são muito claras.

A Seleção é um livro divertido de se ler. Não no sentido cômico. É uma leitura que entretém e nos deixa com curiosidade para saber como as 35 garotas vão se relacionar conforme a proximidade de conquistar a coroa, e o coração de Maxon, vai chegando. A narrativa flui muito bem e a padronização no tamanho dos capítulos colabora bastante para uma leitura mais rápida. Os capítulos têm quase a mesma quantidade de páginas. Apesar de eu ter lido a prova do livro, acredito que a Seguinte fará um trabalho muito bonito com a capa.

Pequenas comparações com Jogos Vorazes não deixam de surgir, mas são bem supérfluas. O país é dividido em castas e cada uma tem sua característica particular. Quanto mais próximo do topo (1,2,3...), melhor a condição de vida. Então, as pessoas que se encontram na casta 8 são as menos favorecidas. De fato, são consideradas mendingas. A Seleção só acontece se os reis tiverem um filho que atingiu a maioridade e as garotas entre 16 e 20 anos não são obrigadas a se inscreverem.

A Seleção é um conto de fadas com fundo distópico que vai agradar muito, independente de você ser um garoto ou uma garota. O final, um pouco repentino e cruel, nos deixa ansioso para a continuação. Mas sabem qual é o problema? "The Elite" será lançado, em inglês, somente em 2013. Então, teremos de esperar bem mais tempo até que chegue por aqui.

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