quinta-feira, 29 de maio de 2014

Resenha|Sorteio: Silo

Olá, galera! Hoje eu comento, e bastante, sobre um livro fantástico.

Silo
Autor: Hugh Howey.
Tradução: Edmundo Barreiros.
Editora: Intrínseca.
Páginas: 512.
ISBN: 9788580574739.
Classificação: 5/5+.
Capítulo do Livro
Skoob

Sinopse:

Em uma paisagem destruída e hostil, em um futuro ao qual poucos tiveram o azar de sobreviver, uma comunidade resiste, confinada em um gigantesco silo subterrâneo. Lá dentro, mulheres e homens vivem enclausurados, sob regulamentos estritos, cercados por segredos e mentiras. Para continuar ali, eles precisam seguir as regras, mas há quem se recuse a fazer isso. Essas pessoas são as que ousam sonhar e ter esperança, e que contagiam os outros com seu otimismo. Um crime cuja punição é simples e mortal. Elas são levadas para o lado de fora. Juliette é uma dessas pessoas. E talvez seja a última.

Eu sou um cara que gosta muito de ler distopias, mas isso nunca me impediu de criticá-las e achá-las sempre mais do mesmo. Mas de vez em quando, um autor aparece e consegue me surpreender de forma tão grande que eu não consigo me contentar em falar pouco sobre o que eu senti e gostei na leitura.

É o caso de Silo, da Intrínseca.

O que é o silo? 

O silo de Hugh Howey, autor best-seller da Amazon, é uma estrutura subterrânea de 144 andares. Ele é dividido em várias seções, como a Mecânica nos níveis mais baixos que cuida da manutenção de tudo o que faz o lugar funcionar e da TI, que, como devem imaginar, cuidam da Tecnologia de Informação. O alimento é plantado em fazendas hidropônicas e a lei se faz cumprida através de delegacias e de um xerife. Para ter um filho, é preciso esperar que alguém morra e ser sorteado na loteria. No futuro, o mundo que conhecemos está devastado e tóxico e a única visão que os habitantes do silo tem provém de câmeras instaladas em seu exterior. Mesmo após centenas de anos, essa imagem somente é visível porque pessoas condenadas são enviadas para fora afim de limpar as lentes das câmeras antes de sucumbirem à morte como vários outros antes delas. 

Por que as pessoas, mesmo sabendo que estão condenadas à morte, limpam as lentes dos sensores que mostram o devastado mundo exterior quando saem do silo? A resposta para essa pergunta talvez seja apresentada logo na primeira parte do livro, quando acompanhamos o drama do xerife Holston que viu a esposa enlouquecer para ser condenada à limpeza.

Ele fingia não ligar, não estar interessado nas razões da limpeza, mas tinha passado a maior parte de sua vida, especialmente os últimos três anos, agoniado querendo saber o porquê. A pergunta o deixava louco.
Página 18.

Depois, acompanhamos a atual prefeita do silo, Jahns, e o delegado dos níveis superiores, Marnes, rumo aos andares profundos numa jornada em busca de convencer Juliette, uma mecânica, a ocupar uma vaga importante aberta lá em cima. Após um acordo, Jahns e Marnes fazem a viagem de volta e um atentado desencadeia uma sucessão de acontecimentos que mostrarão algumas verdades e facetas escondidas sob a terra.

E quando você pensa que já se surpreendeu nas duas primeiras partes de Silo, você escuta a risadinha debochada de Hugh Howey bem no pé do ouvido e se sente um tolo por sequer ter imaginado isso. Porque, galera, não tem uma parte desse livro em que o autor não nos dá alguma informação importante ou descreva algum acontecimento bem "PQP" que nos motiva a continuar a leitura. Foi difícil colocar o livro de lado em alguns momentos para fazer coisas simples, como comer, porque eu queria saber o que viria em seguida.

Uma ideia que deu certo

A narrativa é em terceira pessoa pelo ponto de vista de vários personagens. Hugh Howey fez o suspense fluir em cada página. Embora algumas respostas sejam dadas logo nas primeiras, muitas outras questões são levantadas. Não basta tentarmos entender os motivos que levam as pessoas a limparem os sensores, mas também precisamos entender toda a complexidade do silo, o que levou à construção e colocar pessoas para viver lá. 

Hugh criou uma história recheada de personagens marcantes e ideias arriscadas que poderiam não funcionar muito bem se ele não soubesse prender o leitor com uma narrativa instigante e convincente. É sempre delicado quando um autor narra a história pelo ponto de vista de vários personagens, porque não basta colocá-los ali e não lhes dar um pano de fundo. É preciso criar empatia no leitor, até mesmo um certo carinho. Hugh faz isso de forma magnífica. Ele me fez gostar de vários personagens apenas para vê-los morrendo poucas páginas depois.

Eu poderia ter ficado muito puto se essas mortes tivessem acontecido em vão. Mas elas foram totalmente necessárias para criar a trama de intriga, poder e controle que vemos em Silo do começo ao fim.

Concluindo e ansioso para o próximo

Juliette com certeza entrou naquele hall de personagens femininas fortes e cativantes. Ela é bem durona, porque ela precisa ser assim para se impor em meio aos homens que trabalham na Mecânica. Mas não se enganem pensando que ela é uma mocinha; Juliette é uma mulher de mais de trinta anos, com uma carga emocional intensa.

Eu vou parar de falar sobre o livro aqui, porque qualquer coisa a mais que eu contar a partir de agora pode ser spoiler e quero MUITO que vocês se surpreendam tanto quanto eu me surpreendi lendo esse livro espetacular. Mais que recomendado e favorito!

(...) A imaginação, percebeu, não era capaz de entender sensações estranhas e únicas. Ela só sabia amortecer e ampliar o que já conhecia. Seria como explicar a alguém qual a sensação de fazer sexo, ou de um orgasmo. Impossível. Mas, depois que se sente, é possível imaginar diversos níveis dessa nova sensação.
Página 138.
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