Onde a lua não está
Autor: Nathan Filer.
Tradução: Ryta Vinagre.
Editora: Rocco.
Páginas: 272.
ISBN: 9788532528810.
Classificação: 4/5.
Skoob
Sinopse:
Numa viagem de férias em família, dois irmãos saem numa aventura infantil no meio da noite, mas apenas um deles volta a salvo para casa. Finalista do Costa Book Awards, Onde a lua não está é o elogiado romance de estreia de Nathan Filer, enfermeiro da área de saúde mental e poeta performático britânico. Permanentemente assombrado pela morte do irmão, portador da Síndrome de Down, Matthew nunca desistiu de tentar entender o que aconteceu na fatídica noite e acredita ter descoberto uma maneira de trazê-lo de volta, neste comovente romance de formação que inspirou um curta-metragem dirigido por Udo Prinsen.
É engraçado como imaginamos uma história só pelo título que a obra apresenta. A ideia que eu tinha a respeito de Onde a lua não está era de um personagem em busca de uma resposta inalcançável ou tão distante quanto a própria lua. De fato, eu não me enganei e me surpreendi com o que encontrei nessas páginas.
(...) A maior parte da vida não é nada. A maior parte da vida é só o tempo passando, e nós dormimos durante um pedaço considerável dela.
Página 26.
Através da narrativa em primeira pessoa, Nathan Filer nos apresenta Matthew, um jovem de dezenove anos perturbado pelas lembranças da perda do irmão mais velho, na infância, quando os dois saíram para uma brincadeira à noite e somente um voltou vivo. Matthew sempre teve um certo ciúme do irmão, porque as pessoas da família normalmente lhe davam mais atenção e cuidado. Isso ocorria porque Simon era portador da Síndrome de Down. A culpa corrói Matthew nos anos que se seguem à perda do irmão, fazendo com que ele passe por tratamento psiquiátricos por causa da esquizofrenia; ele alega ouvir a voz de Simon.
Peço licença para dizer que este é um livro um pouco perturbador, porque o autor nos insere na cabeça de Matthew de forma magnífica. Não é uma temática que eu normalmente leria, mas eu me pegava fixado na leitura querendo saber o que mais Matthew faria a seguir. Ele não narra os acontecimentos de forma linear e não segue um padrão de escrita muito preciso, porque isso reflete a confusão de ideias e lembranças que povoam sua mente. Até mesmo o texto é diferente, algumas vezes narrado como se fora escrito em uma máquina de escrever e outras vezes representado em forma de desenhos.
É um livro muito bem escrito por alguém com propriedade no assunto. Nathan é enfermeiro na área de saúde mental. Peguem esse livro e fujam do convencional. Será uma experiência bem interessante, garanto para vocês.
Eu tenho uma doença, uma doença com a forma e o som de uma serpente. Sempre que eu aprendo alguma coisa nova, ela aprende também.
Página 67.
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