Boneca de ossos
Autora: Holly Black.
Tradução: Bárbara Menezes.
Editora: #irado.
Páginas: 224.
ISBN: 9788581633916.
Classificação: 4,5/5.
Skoob
Sinopse:
POPPY, ZACH E ALICE sempre foram amigos. E desde que se conhecem por gente eles brincam de faz de conta – uma fantasia que se passa num mundo onde existem piratas e ladrões, sereias e guerreiros. Reinando soberana sobre todos esses personagens malucos está a Grande Rainha, uma boneca chinesa feita de ossos que mora em uma cristaleira. Ela costuma jogar uma terrível maldição sobre as pessoas que a contrariam. Só que os três amigos já estão grandinhos, e agora o pai de Zach quer que ele largue o faz de conta e se interesse mais pelo basquete. Como o seu pai o deixa sem escolha, Zach abandona de vez a brincadeira, mas não conta o verdadeiro motivo para as meninas. Parece que a amizade deles acabou mesmo...
Boneca de ossos é o primeiro livro lançado pelo selo #irado da editora Novo Conceito, exclusivo para literatura infantojuvenil. Eu penso que é irado a editora perceber o interesse cada vez maior dos jovens leitores e publicar livros que conversem com eles, com temas inerentes à idade deles.
No caso de Boneca de ossos, vamos conhecer Zach, Poppy e Alice, três grandes amigos em torno dos treze anos que desde sempre se reúnem com seus brinquedos e criam diversas histórias fantásticas. A mais atual, envolve piratas e sereias. No mundo de faz de conta, existe a Grande Rainha, uma delicada boneca de ossos que comando a todos e não gosta de ser contrariada.
Acontece que Zach vê seus dias de brincadeira chegarem ao fim quando seu pai, ausente durante vários momentos de sua vida, resolve que o filho está crescidinho demais para o faz de conta e comete um erro terrível. Forçado a abandonar a brincadeira, Zach não conta às amigas os reais motivos. No entanto, ele ainda vai ter uma nova jornada comandada por Alice que diz tê-la realmente recebido do fantasma da boneca de ossos.
Já tinha passado pela minha cabeça sobre classificação etária para alguns livros que não são tão óbvios para qual idade são direcionados. Eu acredito que se eu tivesse lido Boneca de ossos na minha infância, talvez até mesmo na pré-adolescência, teria ficado um pouco impressionado com algumas passagens do livro. Mas isso por que naquela época eu era muito medroso. A parte que provavelmente me impressionaria mais é aquela em que é descrita como uma boneca de ossos é confeccionada. Neste caso, eu diria que Bonecas de ossos é para o público que tem treze ou catorze anos.
A narrativa em terceira pessoa tem um toque sombrio, um clima bem peculiar aos filmes de Tim Burton. Não temos certeza se a boneca realmente está viva, se ela está piscando os olhos para nós quando a encaramos. Ou mesmo como que ela foi parar perto de outro personagem durante a noite se estava longe dele. Holly fala dos valores da amizade de forma delicada, como toda amizade é. A autora também brinca com o medo do desconhecido e explora o crescimento dos personagens. Então temos Zach que lá no fundo reconhece que está crescido para o faz de conta, às vezes sentido aquela leve vergonha do que os outros de fora vão pensar, mas não está preparado de verdade para dizer que a infância acabou. Essa jornada ao lado da boneca de ossos é mais uma oportunidade que ele tem para se conhecer e, quem sabe, enterrar seus medos e crescer. Não é muito diferente para as meninas. Elas são mais fieis, pouco se importam sobre o que vão falar. Querem apenas se divertir, embora também pareçam querer um pouco mais.
Fica a dica pra quem quiser conhecer o trabalho de Holly Black, mesma autora de Gata branca. Se vocês não se impressionam facilmente com um livro, esse vai chegar perto disso.
Quando estava saindo, Zach parou na sala para olhar a Rainha de novo. O rosto pálido dela estava sombreado, mas ele achava que, embora parecesse que os olhos dela estavam fechados, não estavam tão fechados quanto antes. Enquanto Zach a encarava, tentando descobrir se estava imaginando coisas, os cílios dela tremularam uma vez, como se tivessem sido agitados por uma brisa impossível.
Ou como se ela fosse alguém dormindo, prestes a acordar.
Página 18.
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