Autor: Kass Morgan.
Tradução: Rodrigo Abreu.
Editora: Galera Record.
Páginas: 288.
ISBN: 9788501400598.
Classificação: 4/5.
Capítulo do Livro
Skoob
Sinopse:
Desde a terrível guerra nuclear que assolou a Terra, a humanidade passou a viver em espaçonaves a milhares de quilômetros de seu planeta natal. Mas com uma população em crescimento e recursos se tornando escassos, governantes sabem que devem encontrar uma solução. Cem delinquentes juvenis — considerados gastos inúteis para a sociedade restrita — serão mandados em uma missão extremamente perigosa: recolonizar a Terra. Essa poderá ser a segunda chance da vida deles... ou uma missão suicida.
A primeira vez em que ouvi falar de The 100 foi sobre a série de tevê e quando eu soube que havia um livro eu quis lê-lo antes de assisti-la. Sabem como é, as séries normalmente modificam muita coisa e mantém somente a base da premissa. E que premissa muito boa!
Se um médico estava vindo, significava que estavam dispensando seu rejulgamento. Aquilo não deveria ser uma surpresa. De acordo com a lei da Colônia, adultos eram executados imediatamente após a condenação e menores eram confinados até completarem 18 anos, quando recebiam uma última chance de se defenderem. Mas ultimamente as pessoas estava sendo executadas horas depois de seus rejulgamentos por crimes que, há alguns anos, teriam sido perdoados.
Página 08.
Há trezentos anos, houve uma guerra nuclear e biológica que ameaçou destruir toda a Terra. A solução encontrada para salvar aqueles mais afortunados foi enviá-los para viver no espaço dentro de uma nave dividida em três setores - Phoenix, Walden e Arcadia. Novas regras foram criadas para a sobrevivência na nave, entre elas a condenação à morte. Mesmo os jovens são punidos, mas se são menores de dezoito eles têm a chance de um rejulgamento.
Para cem jovens delinquentes, a segunda chance vem quando o Chanceler, a figura de maior importância na nave, decide enviá-los numa perigosa missão rumo ao planeta Terra para avaliar as condições de vida e uma possível recolonização após todos os anos desde a guerra. Mas o lançamento do módulo e sua chegada ao planeta não ocorre como o esperado e os cem começam a diminuir antes mesmo de chegar ao chão.
Vários adolescentes criminosos juntos num mundo desconhecido e sem quem os controle a gente logo imagina que o bicho vai ficar feio. Bem, pelo menos eu imaginei que fosse ver isso lá. Mas a princípio não é o que acontece. Kass Morgan resolveu trabalhar os relacionamentos dos personagens diante das situações que os levaram a ser presos, mostrando através de flashbacks os momentos anteriores às prisões. Muita coisa é revelada e toda a imagem que a gente tem dos personagens vai modificando a cada capítulo.
(...) Qualquer lugar nesse planeta seria infinitamente melhor do que o mundo que eles deixaram para trás.
Pela primeira vez em sua vida, estava livre.
Página 76.
Temos Clarke, uma estudante de medicina que perdeu os pais quando seu namorado, Wells, contou ao Chanceler, pai dele, um segredo que a garota lhe confiou. Wells, por sua vez, tenta se redimir cometendo um crime pra ser preso e enviado ao planeta para convencer Clarke que suas intenções eram outras. Bellamy não estava preso, mas bolou um plano para entrar na nave e partir junto com a irmã, Octavia, para a Terra. Durante muito tempo de sua vida, ele viveu com o medo de que as autoridades descobrissem a existência de sua irmã, porque o controle de natalidade não permite a uma família ter mais de um filho. Vocês conseguem imaginar a punição que a mãe deles sofreu? Glass, por sua vez, foi presa por ter cometido um deslize e ainda tem esperança de ver um antigo namorado mais uma vez. Para isso, ela tenta escapar da nave antes que ela parta pra Terra. Ela guarda um peso enorme na consciência.
Eu não teria me importado de ver um pouco mais de ação entre os cem que foram ao planeta. Afinal, acreditava que eles enfrentariam criaturas geneticamente modificadas e seriam ameaçados a todo momento e o grau de sobrevivência ficaria à flor da pele. O embate, no entanto, fica entre eles próprios tentando se adaptar e criar novas regras, um sempre querendo se sobressair ao outro enquanto poucos tentam ver o conjunto.
Creio que faltam muitos elementos para The 100 chegar a ser uma distopia. É claro que alguns estão presentes ali, mas são elementos praticamente universais. The 100 é um pós-apocalíptico. E ele tem alguns defeitos que hoje em dia não tem como deixar de passar, como o fato dos garotos conseguirem suportar a luz do sol e as condições climáticas da nova Terra mesmo nunca antes tendo tido contato com elas. O final deixa qualquer um ansioso para o próximo. E acredito que é lá que a coisa vai ficar feia e pegar mais fogo ainda.
(...) Esse era o problema dos segredos - você tinha que carregá-los consigo para sempre, independentemente do custo.
Página 207.
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