quarta-feira, 3 de julho de 2013

Resenha | Pandemônio

Pandemônio - Delírio #2
Autora: Lauren Oliver.
Tradução: Regiane Winarski.
ISBN: 9788580573138.
Páginas: 304.
Editora: Intrínseca.
Skoob

Sinopse:

Dividida entre o passado — Alex, a luta pela sobrevivência na Selva — e o presente, no qual crescem as sementes de uma violenta revolução, Lena Haloway terá que lutar contra um sistema cada vez mais repressor sem, porém, se transformar em um zumbi: modo como os Inválidos se referem aos curados. Não importa o quanto o governo tema as emoções, as faíscas da revolta pouco a pouco incendeiam a sociedade, vindas de todos os lugares… inclusive de dentro.

Pandemônio é a continuação de Delírio, aquela distopia em que o amor é considerado uma doença. Ao atingir dezoito anos, as pessoas passam por uma intervenção que removerá o amor deliria nervosa de seu sistema. Algumas pessoas preferem a morte a deixar de amar. Os menos radicais, porém, fogem das cidades e se escondem nas selvas. Essas pessoas são os Inválidos. Vivem uma vida humanamente miserável, com escassez de comida e mesmo água, apenas para terem o direito de continuar amando.

(...) - Não existe o antes. Só existem o agora e o que vem depois.
Página 22.

A história começa praticamente onde Delírio terminou. Os capítulos são intercalados entre o antes e o agora, como dois ponteiros de um relógio marcando os momentos distintos que vão nos levar até o clímax quando se encontrarem.

Lena renasce em Pandemônio sem deixar todos os questionamentos que ela tinha em Delírio. Agora, ela é forte e decidida a lutar contra o governo que controla o povo e mina a emoção. Possui uma nova vida e identidade. Uma missão. Em comparação, Lena é em Pandemônio o mesmo que Alex é em Delírio. Antes, ela é frágil, tentando se reerguer e se encontrar diante de uma realidade completamente diferente daquela que estava acostumada. Ela tem que aprender a viver na selva e criar novas pontes.

É claro que faz sentido que, na Selva, garotas e rapazes morem juntos - essa é a questão, afinal: liberdade de escolha, liberdade para estar perto das outras pessoas, liberdade para olhar e tocar e amar uns aos outros -, mas a ideia é bem diferente da realidade, e não consigo evitar: começo a sentir um pânico leve.
Página 18.

Lena é a única figura conhecida que temos em Pandemônio. Muitos novos personagens são apresentados e há muitas, muitas, perdas pelo caminho. Lena é resgatada por um grupo com pessoas com nomes bem curiosos. Ele é liderado por Graúna, que quer o bem de todos e é bem controladora e tenta ser mais forte do que é. Lupi e Alistar que seriam os primeiros a ser perseguidos nas cidades por serem antinaturais.

Conhecemos um rosto que representa uma forte campanha a favor da cura. Julian é um não curado com quem Lena passa a conviver por conta das reuniões da ASD - América Sem Deliria. Eu não gostei muito do personagem, achei um tanto infantil. Mas ele tem uma carga emocional bem forte, embora não deixe que isso transpareça. E isso gera empatia no leitor.

Mas é possível construir um futuro a partir de qualquer coisa. Um detrito, uma centelha. O desejo de ir em frente, lentamente, um passo de cada vez. É possível construir uma cidade arejada a partir de ruínas.
Página 43.

Pandemônio me agradou bastante por diversos motivos. A narrativa ainda tem seu toque poético, mas Lauren Oliver resolveu investir em muita ação também. As descrições das manifestações que ocorrem refletem os acontecimentos atuais do Brasil. Como tudo começa pacifico e basta uma centelha para instaurar o caos. Como gente mal intencionada, mascarada, faz com que a interferência da polícia seja necessária para manter a ordem, mas o que fica marcada é a violência e inocentes feridos. A única coisa que não me agradou foi a falta de informação sobre os personagens que conhecemos em Delírio.

Acredito que Pandemônio era um dos livros mais aguardados por aqueles que, assim como eu, não tem o costume de ler livros em inglês. Toda a trilogia Delírio já está finalizada lá fora, com um pequeno livro com contos chamado Delirium Stories. Vou esperar por Requiem bastante ansioso por conta do gancho - o famoso e tão falado cliffhanger - com que a autora encerrou o livro.

Pegue algo de nós, e nós pegaremos de volta. Roube de nós, e roubaremos tudo de você. Se nos pressionar, vamos bater.
É assim que o mundo funciona agora.
Página 123.
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