quarta-feira, 10 de julho de 2013

Resenha | O anjo de Hitler

O anjo de Hitler
Autor: William Osborne.
Tradução: Alyne Azuma.
ISBN: 9788565765145.
Páginas: 272.
Editora: Seguinte.
Skoob

Sinopse:

Leni tem catorze anos, é austríaca, judia e muito corajosa. Refugiada na Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial, certo dia é convocada pelo almirante MacPherson para a missão mais perigosa de sua vida... Otto é alto, bem magro, tem olhos castanhos e vive na Inglaterra - sua família foi aprisionada pelos nazistas. Ele adora se meter em confusão e é por isso que, quando o almirante sugere que ele ajude o governo inglês numa missão ultrassecreta, ele aceita na hora. Otto e Leni são enviados à Alemanha para resgatar uma garotinha chamada Angelika. Pouco se sabe sobre essa pequena órfã misteriosa em quem a Inglaterra tanto aposta como a arma secreta que colocará o ponto final naquela guerra sangrenta. Leni, Otto e Angelika enfrentam grandes desafios, descobrem segredos importantíssimos e acabam mudando os rumos deste episódio tão marcante para a história.

Oi, pessoal! Hoje eu vou comentar sobre um livro que envolve um período da guerra. Gosto bastante de livros que não focam exatamente na guerra, mas nas pessoas e histórias que ocorrem ao redor de algo tão grandioso. Já li vários livros assim, como O menino do pijama listrado e O pacifista, ambos publicados pela Companhia das Letras e resenhados no blog. E foi por isso que eu resolvi solicitar à editora Seguinte esse título para compartilhar minhas opiniões com vocês..

(...) Agora, ele tinha menos de duas semanas para encontrar e treinar agentes de primeira linha que conseguissem entrar na Alemanha - e sair - com a carga mais preciosa do Reich. Como isso era possível?
Página 15.

Ele conta a história de dois adolescentes. Um garoto alemão e uma garota austríaca que encontram na Inglaterra abrigo para os horrores da 2ª Guerra Mundial. Um ano depois de chegarem lá, o Primeiro-ministro Winston Churchill recebe uma informação que pode levar ao fim o governo de Hitler e, consequentemente, dar a vitória aos aliados. Mas ele não tem certeza de como proceder, pois seus agentes são conhecidos e os que não são estão mortos.

É então que ele tem a ideia de treinar dois jovens e enviá-los para a Alemanha para cumprir uma missão.

Somos apresentados ao garoto e a garota sem conhecer seus verdadeiros nomes. Isso foi uma sacada bem interessante do autor, porque a identidade de um agente do governo normalmente é anônima. E a gente, de fato, passa a conhecê-los melhor quando ganham uma nova vida ao serem recrutados pelo almirante MacPherson. O garoto não é mais um jovem do internato, desesperado para sair de lá por conta das brigas constantes com os colegas. A garota não trabalha mais na corrida de sangue, ajudando nos esforços de guerra em agradecimento a Inglaterra por tê-la salvado. Agora, eles são irmãos. Otto e Leni Fischer e precisam bancar o papel de nazistas perfeitos para resgatar uma menina chamada Angelika de um convento na Alemanha onde está sendo mantida e voltar com ela para a Inglaterra.

Talvez algumas pessoas se incomodarão com o fato dos dois adolescentes empreenderem toda essa jornada e passarem ilesos durante grande parte dela. Ou por não ser completamente cheio de ação. Vale lembrar o que eu disse antes: a história passa no período da guerra, mas não na guerra. Personalidades reais se misturam com personagens fictícios. No final do livro, há uma nota histórica do autor falando um pouco sobre isso.

A narrativa ocorre em terceira pessoa pelo ponto de vista de vários personagens, de Otto e Leni passando até por Hitler. Isso nos permite conhecer um pouco melhor seus sentimentos e a pincelar uma ideia de quem seja Angelika e as motivações por trás de seu resgate. Os parágrafos são sinalizados por aspas. O desenvolvimento é ágil, mas sem deixar de ser rico em detalhes. William não enrola; nos mostra o crucial e nos lança em outro momento importante da história.

Com um final surpreendente, o livro é uma ótima pedida para quem procura um romance jovem que não seja mais uma série. E são tantas as que existem por aí, não é?

"Quem é ela?", Leni perguntou depois de um tempo.
"Não sei e não quero saber. Nossa tarefa é tirá-la daqui são e salva o mais rápido possível, não começar a bancar os detetives."
"Mas você deve estar curioso."
"Não. Curiosidade faz mal", ele disse, mas Leni podia ver que não era verdade.
Página 137.

Image Hosted by ImageShack.us
Image Hosted by ImageShack.us