domingo, 29 de julho de 2012

Resenha | Anjo Mecânico

Anjo Mecânico - As Peças Infernais
Autora: Cassandra Clare..
Tradução: Rita Sussekind.
Páginas: 392.
ISBN: 9789896571399.
Editora: Galera Record.

Sinopse:

Nesse primeiro volume, que se passa na Londres vitoriana, a protagonista Tessa Gray conhece o mundo dos Caçadores de Sombras quando precisa se mudar de Nova York para a Inglaterra depois da morte da tia. Quando chega para encontrar o irmão Nathaniel, seu único parente vivo, ela descobrirá que é dona de um poder que capaz de despertar uma guerra mortal entre os Nephilim e as máquinas do Magistrado, o novo comandante das forças do submundo. 

Anjo Mecânico é uma prequela de Instrumentos Mortais. "Uma prequela é um trabalho que contém elementos passados no mesmo universo ficcional, ou universo paralelo, segundo o contexto que uma narrativa prévia completa, desde que esses elementos ocorram anteriormente aos narrados no primeiro trabalho" (Wikipedia).

Após o falecimento de sua tia Harriet, Tessa recebe uma carta do irmão Nate com uma passagem de navio para que ela vá para Londres morar com ele. Chegando lá, ela é recebida por duas mulheres que alegam estarem ali a pedido dele. Mas Tessa acaba sendo levada para outro lugar e passa por maus bocados até que os Caçadores de Sombras apareçam e aquele estranho mundo novo comece a tomar formar.

Anjo Mecânico se torna repetitivo para quem leu Instrumentos Mortais. Bastante semelhante ao livro Cidade dos Ossos, no que compete apresentação de personagens, e muito cheio de referências a elementos de Harry Potter como Cidade das Cinzas foi para mim. A todo momento eu pensava "parece uma coisa que eu vi em Harry Potter". E há coisas tão espirituosamente modificadas para não ser considerada plágio que ou as pessoas não percebem de fato ou preferem não perceber. Henry é sem dúvida Arthur Weasley com seu gosto por maquinaria trouxa e sua esposa, Charlotte, possui o mesmo espírito materno de Molly Weasley. Personagens com nomes e sobrenomes como Black e James são outras referências claras aos livros de Rowling. E tem também os Lightwood, que são a própria encarnação da família Malfoy. Até a personagem principal possui uma habilidade muito semelhante a algo que vemos em A Câmara SecretaTessa Gray tem poção polissuco nas veias, necessitando somente de algum pertence de outrem para assumir a forma física da pessoa.

Cassandra conseguiu me fazer odiar mais um personagem masculino e futura promessa de romance com Tessa. Não sei o que se passa na cabeça da autora para criar um gênio tão insuportável como o de Will, que, desculpem que acha que não é, mas é o próprio Jace em uma vida passada. Mas como eu vejo que as meninas gostam de garotos chatos assim, acho que a autora resolveu manter essa fórmula para agradá-las. Jem, ou James, supostamente formaria um triângulo amoroso. Um cara bem mais tranquilo que Will e que guarda um grande segredo sobre seu passado.

A autora não conseguiu me convencer que a história se passa em uma época muito anterior a de Instrumentos Mortais. Eu só me tocava de que acontecia no passado quando ela mencionava carruagens, por exemplo. O clichê londrino é explorado às tantas, com descrições do clima sempre nublado aparecendo para nos lembrar do cenário em que se passa a história. 

Eu não sei se isso foi um descuido da tradução, mas a linguagem não é anacrônica como dizem possuir o livro no original. O texto não precisava ser rebuscado, mas situado de modo a remeter à época da história. Outra coisa: não senti como se houvesse uma história sendo contada, com começo, meio e fim. Não estou dizendo que não há, mas parece que a autora só lembrou de trabalhar o enredo da metade para o final, que é onde o livro deixa de ser monótono e fica um pouco mais interessante.

A única coisa que salvou o livro de ser abandonado - sim, pensei muito em fazê-lo - foi a breve participação de Magnus Bane no meio do livro. Confesso que não estou nada curioso para a continuação, Clockwork  Prince, assim como fiquei quando terminei Cidade dos Ossos.

A capa segue o mesmo padrão brilhoso das capas de Instrumentos Mortais, assim como as páginas em papel pólen e a diagramação interna. Há alguns poucos erros de revisão que não atrapalham a leitura, como palavras faltosas em frases e erros de concordância.

Se você gostou muito de Instrumentos Mortais, com certeza vai gostar de Anjo Mecânico. Mas se você já leu Anjo Mecânico ou é fã incondicional da autora, não me crucifique por não ter gostado. Não crucifico você por ter gostado.

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