quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Resenha | Um mundo brilhante

Um mundo brilhante
Autora: T. Greenwood.
Tradução: Ivar Panazzolo Júnior.
Páginas: 336.
ISBN: 9788579302978.
Editora: Universo dos Livros.  
Capítulo do livro 
Skoob

Sinopse:

Quando o professor Ben Bailey sai de casa para pegar o jornal e apreciar a primeira neve do ano, ele encontra um jovem caído e testemunha os últimos instantes de sua vida. Ao conhecer a irmã do rapaz, Ben se convence de que ele foi vítima de um crime de ódio e se propõe a ajudá-la a provar que se tratou de um assassinato. Sem perceber, Ben inicia uma jornada que o leva a descobrir quem realmente é, e o que deseja da vida. Seu futuro, cuidadosamente traçado, torna-se incerto, pois ele passa a questionar tudo à sua volta, desde o emprego como professor de História, até o relacionamento com sua noiva. Quando a conheceu, Ben tinha ficado impressionado com seu otimismo e sua autoconfiança. Com o tempo, porém, ela apenas reforçava nele a sensação de solidão que o fazia relembrar sua infância problemática. Essa procura pelas respostas o deixará dividido entre a responsabilidade e a felicidade, entre seu futuro há muito planejado e as escolhas que podem libertá-lo da delicada teia de mentiras que ele construiu. Esta, enfim, é uma história fascinante sobre o que devemos às pessoas, o que devemos a nós mesmos e o preço das decisões que tomamos.

Olá leitores! Hoje vamos conhecer o livro Um mundo brilhante, escrito pela americana Tammy Greenwood. Sabe aqueles livros que pela capa você pensa que verá uma coisa e na hora da leitura não é bem aquilo que você pensava? Pois bem, eu imaginava que a história seria uma jornada de um personagem por vários lugares buscando seu lugar no mundo, desistindo de toda uma vida para isso - ou algo assim. Não é isso que a gente vê ali, mas eu gostei bastante da história.

Quando o professor Ben Bailey vai buscar o jornal no quintal de sua casa, ele esperava apenas poder voltar para dentro de casa e se aquecer. Mas ele vê algo absurdo na neve: o corpo de um jovem índio navajo nos seus últimos momentos de vida. Intrigado, Ben acaba se envolvendo mais do que devia na história do garoto e descobre que a morte dele pode ter sido causada por ódio a sua raça.

"Ben não sabia quantas pessoas haviam morrido desde quando chegara à cidade, mas parecia que sempre havia uma história do tipo, escondida em algum canto do jornal, mencionada rapidamente no noticiário ou comentada à boca pequena nos bares. Assim como a neve, era um fato de vida ali." Pág. 16.

Ben é um personagem bastante humano, cheio de erros, dúvidas e com uma carga emocional interessante por causa das perdas que teve na infância. Perda não é sempre sinônimo de morte - Ben não só perdeu pessoas queridas para a morte, mas também se sentiu abandonado quando seu pai resolveu sair de casa. E todo esse passado reflete nas suas atitudes como adulto. Ele vive a culpa pela morte da irmã mais nova e creio que isso faz com que ele queira ajudar a solucionar o caso de Ricky, o jovem navajo que ele encontrou morto.

"Não havia como compartilhar aquela dor com alguém que nunca conhecera a tristeza. Seria como tentar explicar o que é a cor vermelha a um homem cego. Tentar descrever a neve a alguém que nunca sentira frio." Pág. 31.

Shadi Begay, a irmã de Ricky, não se destacou muito para mim, embora ela seja de suma importância na história. Ela é uma artista e sempre respeitou as crenças de sua tribo, apesar de não morar nas reservas. A personagem que eu considero mais interessante é a Sara, esposa noiva de Ben. Gostei do modo como ela foi mostrada e esperava ver uma espécie de vilã, uma vez que ela sempre teve tudo o que queria ou sempre fez tudo para tê-lo.

Eu gostei da narrativa da autora. Os capítulos são bem curtos, fazendo com que a leitura siga bem. Gostei da construção das ideias dela. Ben acaba pensando em agir de um modo muito semelhante ao do pai e, talvez por motivos egoístas, não perceba isso. O final do livro foi algo que eu esperava, mas não me decepcionei pois gosto de histórias assim. Fica mais realista. Sobre pontos negativos, bato na tecla da revisão. Embora poucas vezes, há momentos em que a narrativa se mistura aos diálogos. Mas não é nada que dificulte a leitura.

"Ben não conseguia entender como uma pessoa simplesmente vai embora de uma vida, especialmente de uma vida que ela mesma construiu." Pág. 131.

A Novo Conceito está de parabéns pela capa do livro, com essa película cobrindo-a e fazendo com que realmente “brilhe”. A diagramação interna é aquela padrão da editora para a maioria de seus livros. Um mundo brilhante é uma leitura super recomendada para quem busca um romance, uma ficção, despretensiosa.

"Segredos. Como pequenos sapos escondidos em seu bolso. Não se pode esquecer deles porque estão sempre se mexendo ali dentro, contorcendo-se, tentando escapar. Você sabe que, a qualquer momento, um deles pode conseguir subir e pular para fora do seu bolso, revelando-se para o mundo com um coaxado estridente. E quanto mais você se esforça para tentar contê-los, para tentar escondê-los, mais se esforçam para escapar." Pág. 285.



Boa leitura!
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