Autora: Stacey Jay.
Tradução: Patrícia Dias Reis Frisene.
Páginas: 237.
ISBN: 9788563219572.
Editora:Novo Conceito.
Skoob
Julieta Capuleto não tirou a própria vida. Ela foi assassinada pela pessoa em quem mais confiava, seu marido, Romeu Montecchio, que fez o sacrifício para assegurar sua imortalidade. Mas Romeu não imaginou que Julieta também teria vida eterna e se tornaria uma agente dos Embaixadores da Luz. Por setecentos anos, Julieta lutou para preservar o amor e as vidas de inocentes, enquanto Romeu tinha por fim destruir o coração humano. Mas agora que Julieta encontrou seu amor proibido, Romeu fará de tudo que estiver ao seu alcance para destruir a felicidade dela.
Olá leitores do @blogocapitulo. Hoje eu vou comentar sobre uma releitura de um clássico criado por William Shakespeare, Julieta Imortal.
Quase todo mundo deve saber do que se trata Romeu e Julieta mesmo sem nunca tê-lo lido, certo? Eu mesmo nunca li nada de Shakespeare. Mas o básico é o seguinte: um casal de amantes que tem de confrontar suas famílias em nome do amor e, por um erro no “enredo”, morrem. O que ninguém sabe é que essa história foi uma farsa criada pelo próprio Romeu para mascarar os verdadeiros motivos de Julieta e ele terem “morrido”. Pelo menos, é isso que Stacey Jay nos apresenta.
“O amor. Às vezes, só de pensar nele também sinto um gosto ruim na boca.” Pág. 13.
Julieta faz parte de um grupo chamado “Embaixadores”, reponsáveis por cuidar das almas gêmeas do mundo enquanto a missão de Romeu, que faz parte dos Mercenários, é destruir todas as chances das almas gêmeas de se amarem. Sim, Romeu e Julieta estão de lados opostos agora e têm se enfrentado por séculos. Após um acidente de carro em que Ariel e Dylan, dois jovens que estavam saindo num encontro, se envolvem, Romeu e Julieta se apossam de seus corpos para cumprir suas missões numa cidade da Califórnia. É partir daí que a história começa.
“Sempre falamos na língua do corpo que estamos habitando. Assimilamos a sua fala, bem como as suas memórias, mas posso em recordar de como soavam as palavras em nossa língua nativa. Lembro-me de quando ele (Romeu) cantava embaixo da minha janela, quando o som da sua voz enchia meu coração de alegria e expectativa.
Agora não há mais nada além de terror.” Pág. 22.
A ideia do livro é até interessante, mas não me agradou. Acho que o que mais chamou a atenção das pessoas para o livro foi o fato do “encanto” todo em torno da história de Romeu e Julieta. Afinal, é a história de amor mais clássica já conhecida.
Senti que não houve um planejamento da autora para escrever essa história. Certamente ela conhece o clássico, mas parece que escreveu uma vez só e foi tendo ideias no caminho e acrescentou-as criando algo confuso, cheio de pontas soltas e com explicações vagas. Com poucos personagens, esperava um tantinho mais deles. Julieta é uma alma imatura de setencentos anos. Romeu a persegue durante séculos e, de um momento para o outro, quer sentar com Julieta na cozinha da casa de Ariel para conversar.
Os personagens são apresentados de qualquer forma. Acho que Stacey esqueceu que Ariel podia conhecer os garotos e garotas que apareciam, mas o leitor não. Senti falta de uma apresentação melhor dos personagens e das propostas da história.
A narrativa não me agradou também. Os pensamentos de Julieta, o livro é narrado em primeira pessoa, muitas vezes eram interrompidos e lá vinham as reticências... muitas e muitas vezes. O começo do livro é bom, acontecem algumas coisas que vão fazer com que a gente queira continuar a leitura. Mas isso vai abrandando e fez com que eu perdesse o interesse e me arrastasse até o final.
Creio eu que Stacey não tivesse usado o romance de Romeu e Julieta e se empenhado em criar algo original, algo completamente seu, eu teria gostado mais desse livro. Em um ou outro momento, chegou a me lembrar Fallen, de Lauren Kate.
Esse é apenas o meu ponto de vista sobre o livro. Certamente, alguém que leu ou num futuro lerá não concordará comigo. E o legal da leitura é ver a diversidade de opiniões que um livro pode gerar.
Aqui, você pode conferir a música "Romeu" do projeto paralelo da Pitty com o Martin Mendez, guitarrista da banda dela, para o Agridoce.