Autor: Hans Koppel.
Tradução: Jorge Ritter.
Editora: Verus.
Páginas: 294.
ISBN: 9788576862765.
Classificação: 4/5.
Skoob
Sinopse:
Mike Zetterberg vive com a esposa Ylva e a filha do casal numa pequena cidade praiana na Suécia. Uma noite, Ylva não volta para casa depois do trabalho. Mike acredita que ela só foi tomar um drinque com as amigas, mas, quando ela não aparece na manhã seguinte, ele começa a se preocupar. Enquanto Mike lida com as suspeitas da polícia e com o próprio desespero, ele nem desconfia de que sua esposa está viva e a apenas alguns passos de casa, presa num porão do outro lado da rua, atraída para uma trama horripilante de punição e vingança. Uma câmera de vigilância lhe permite ver sua família pela tela da TV. Eles não podem vê-la — e certamente não podem escutar seus gritos desesperados de socorro... Não voltarás é um livro eletrizante, que vai prender os leitores da primeira à última página.
Quem me acompanha há algum tempo, sabe que eu não sou o maior fã do gênero policial. Dependendo do livro que leio, eu me sinto enrolado pelo autor. Mas um thriller possui algumas características próprias que me atraem bem mais.
O ponto em destaque é o fato da leitura fluir muito bem. Eu comecei e terminei no mesmo dia. O autor não se prolonga em descrições e investigaçõe maçantes que levam de nada para lugar algum. Eu as considerei suficientes, embora alguns fatos que motivaram essas ações dos perpetradores pudessem ter sido explicadas mais cedo.
Um certo dia, quando está indo para o ponto de ônibus para voltar para casa após um dia de trabalho, Ylva é emparelhada por um carro e o casal ali dentro lhe oferece uma carona. Eles são seus novos vizinhos, moram a uns cem metros de distância da casa dela, e são, também, as pessoas que a manterão em cativeiro durante muito tempo. Como se isso não fosse ruim o bastante, Ylva possui uma tevê ligada a uma câmera que mostra tudo o que acontece na porta da casa dela. O motivo do sequestro e do terror psicológico? Uma vingança.
O livro não traz muita novidade sobre o que eu esperava do gênero. O trunfo de Hans, pseudônimo de um famoso autor, é a forma crua e direta com que ele descreve a relação entre sequestrado e sequestrador, em como as pessoas ao redor são insensíveis com o fato dos que ficam seguirem com suas vidas e como as autoridades tratam com descaso informações que podem ajudar na segurança das pessoas.
Ele também mostra que nem todo mundo é somente bom e mau.
Eu não sei o que levou o autor a optar por aquele final. Conforme as páginas se aproximavam do fim, eu me questionava como é que ele resolveria todas aquelas situações que ele foi desenvolvendo até aquele momento.
Se eu gostei do final? Bem, eu o achei satisfatório. Não foi realmente o que eu esperava, mas não deixou de ser uma conclusão talvez "fácil" para fechar o livro.
Leitura recomendada para quem quer fugir do comodismo e curte um suspense rápido e forte.
Mike rasgou a caixa em pedaços e ficou parado um tempo do lado de fora da casa, respirando o ar fresco, completamente alheio ao fato de que sua mulher não estava longe dali, observando-o em uma tela de TV granulada, com lágrimas nos olhos.
Página 104.