Autora: Caitlin Kittredge.
Tradução: Chico Lopes.
Editora: Rocco Jovens Leitores.
Páginas: 515.
ISBN: 9788579801143.
Classificação: 4,5/5.
Skoob
Sinopse:
Prestes a completar 16 anos, Aoife Grayson sabe que seu tempo está se esgotando. Afinal, em sua família, todos enlouqueceram nessa idade, incluindo sua mãe e seu irmão mais velho Conrad. O futuro da menina parece triste, até o dia em que ela recebe uma misteriosa carta, que reconhece ter sido escrita por Conrad, e decide tentar lutar contra sua estranha herança familiar. Primeiro volume da trilogia O Código de Ferro, Espinho de Ferro foi um dos indicados ao título de melhor livro de 2011 pelo site americano GoodReads.
Sabem aqueles livros que a gente quer ler por que a capa e título são chamativos e sugerem algo do que se esperar no decorrer da leitura? O meu contato com Espinho de Ferro começou assim, porque eu não tinha muita ideia sobre o que de fato se tratava essa história antes de começar a lê-la, mas sabia que ia gostar.
A única coisa de que sempre tivera certeza eram as máquinas. Máquinas e matemática faziam sentido quando o mundo parecia estar desmoronando em torno de mim.
Página 266.
Um ponto que eu quero destacar logo no começo é o seguinte: eu não sei classificá-lo dentro de um gênero ou subgênero literário, pois ao mesmo tempo em que ele apresenta características de alguns, outros elementos o contradizem. Há um clima steampunk no decorrer do livro, evidenciado por máquinas voadoras, engrenagens e mesmo autômatos como aquele que cobra o pedágio na ponte. Além, é claro, da presença de criaturas estranhas. Mas o livro não se passa na era vitoriana, supostamente o período em que o steampunk é ambientado.
Nós vamos nos encontrar em Lovecraft, nos EUA, acompanhando Aoife Grayson num manicômio onde sua mãe está internada. Depois, vamos com ela à escola e é lá que ela recebe uma misteriosa carta de seu irmão, também condenado pela loucura. Como vocês perceberam, a loucura é uma constante na vida de Aoife e acomete sua família sempre que alguém chega aos dezesseis anos. Todos temem a proximidade do aniversário de Aoife e a manifestação de seus primeiros sinais de loucura.
Espinho de Ferro também pode ser visto como uma distopia e/ou uma fantasia sombria. Embora não apareça muito, há uma forma de governo controlador e ele está nas mãos de um homem a quem as pessoas devem muito respeito. Há algumas décadas, um mal chamado necrovírus atingiu o mundo e algumas pessoas acometidas por ele sofreram mutações bizarras tornando-se virais, como os vampiros e os carniceiros noitibós. A mãe de Aoife foi acometida pelo necrovírus enquanto estava grávida de Conrad e, acredita-se, por conta disso a loucura afeta seus filhos.
Sem muito o que perder, Aoife acaba embarcando numa jornada em busca de descobertas que podem esclarecer ou levantar muito mais questões a respeito de seu mundo e de sua família. Ela vai acompanhada de Cal, seu melhor amigo na escola, e Dean, um guia que conhece o melhor caminho para fora da cidade.
Eu demorei um pouco pra ler esse livro, mas até curti bastante. Ele é narrado em primeira pessoa e as descrições são bem feitas, tanto nos momentos de acontecimentos grandiosos quanto nos mais simples. Caitlin é bem detalhista em alguns pontos. Aoife às vezes demonstra uma inocência desconcertante e pode causar um certo incômodo.
Apesar da mistura de gêneros causar uma certa confusão, eu recomendo a leitura. Os acontecimentos finais abrem um leque enorme de abordagens para o próximo livro, Jardim do Pesadelo. O que me alivia é que eu já tenho o livro aqui para ler!
(...) Uma mente bem organizada não pode cair na loucura, ser consumida por seus sonhos, ficar doente nas fantásticas e improváveis nações que apenas os loucos conseguem visitar.
Página 33.