sexta-feira, 4 de abril de 2014

Resenha | Amigas para sempre

Amigas para sempre
Autor: Kristin Hannah.
Tradução: Cássia Zanon.
Editora: Arqueiro.
Páginas: 448.
ISBN: 9788580412512.
Classificação: 5/5.
Capítulo do Livro
Skoob

Sinopse:

Tully Hart tinha 14 anos, era linda, alegre, popular e invejada por todos. O que ninguém poderia imaginar era o sofrimento que ela vivia dentro de casa: nunca conhecera o pai, e a mãe, viciada em drogas costumava desaparecer por longos períodos, deixando a menina aos cuidados da avó. Mas a vida de Tully se transformou quando ela se mudou para a alameda dos Vaga-lumes e conheceu a garota mais legal do mundo. Kate Mularkey era inteligente, compreensiva e tão amorosa que logo fez Tully sentir-se parte de sua família. Ao longo de mais de trinta anos de amizade, uma se tornou o porto seguro da outra. Tully ajudou Kate a descobrir a própria beleza e a encorajou a enfrentar seus medos. Kate, por sua vez, a ensinou a enxergar além das aparências e a fez entender que certos riscos não valem a pena. As duas juraram que seriam amigas para sempre. Essa promessa resistiu ao frenesi dos anos 1970, às reviravoltas políticas das décadas de 1980 e 1990 e às promessas do novo milênio. Até que algo acontece para abalar a confiança entre elas. Será possível perdoar uma traição de sua melhor amiga? Neste livro, Kristin Hannah nos conta uma linda história sobre duas pessoas que sabem tudo a respeito uma da outra – e que por isso mesmo podem tanto ferir quanto salvar.

Quando um livro traz amizade como tema principal, é certeza de que vou querer lê-lo. Amizade é um tema com o qual eu me identifico muito. Aconteceu uma coisa engraçada: Amigas para sempre e Por toda a eternidade formam uma duologia e foram lançados praticamente de forma simultânea por duas editoras diferentes. "Amigas" saiu pela Arqueiro e "Eternidade" veio pela Novo Conceito.

Por favor, não leiam Por toda a eternidade sem terem lido Amigas para sempre antes. Não leiam nem a sinopse (larguem o livro agora mesmo!). Juro que vocês vão se arrepender muito e deixar de se emocionar se o fizerem.
A história

(...) A vida com amigos tornava tudo mais fácil.
Página 23.

Tully tinha 10 anos quando a mãe, Dorothy, que não via há seis anos, apareceu na porta da casa da avó e a levou embora. Mas durante uma passeata, Tully acabou se perdendo da mãe e se sentiu culpado pelo ocorrido. Embora a mãe não estivesse presente, aquele momento definiu sua vida e durante anos Tully tentou ser motivo de orgulho para ela. Mas em certo momento ela caiu na real e criou uma mentira para deixar as lembranças da mãe de lado. No entanto, é quando mais queremos nos afastar do passado, quando o presente parece um lugar seguro, é que ele volta para nos visitar.

Kate é uma garota de 14 anos que já teve muitos amigos. Mas aparentemente eles enlouqueceram. Passaram a fumar maconha e as outras pessoas não aceitavam a aproximação dela por ter sido amiga da turma do baseado. Para passar o tempo que tinha de sobra, ela mergulhava na leitura de livros. Seus preferidos eram O Hobbit e O Senhor dos Anéis. Sua mãe não gosta devê-la sozinhae vê nas novas vizinhas uma ótima chance de Kate conseguir uma amiga. 

A princípio, Kate e Tully são muito diferentes e cada uma idealiza que a vida da outra é perfeita ou mesmo melhor que a sua própria. Então, uma experiência traumática aproxima as duas e elas prometem ser amigas para sempre, aconteça o que acontecer.

Desenvolvimento e narrativa

Então elas enxergaram o lugar pelos olhos uma da outra. Quando ficavam de pé juntas no alto da colina, em vez de árvores altas e buracos enlameados e montanhas distantes cobertas de neve, elas viam todos os lugares aonde um dia iriam.
Página 09.

A amizade das duas começou como começam muitas amizades. Teve o estranhamento inicial e depois a cumplicidade diante de uma situação particular às duas pessoas. No caso de Tully, houve também a adoção da família da amiga como se fosse a sua própria. Quem aí já não viu ou tem uma mãe de amigo que é quase uma segunda mãe? As duas crescem unidas, tentando manter os ideais na mesma direção e quando descobrem que o mundo é maior do que imaginavam, percebem que pode haver uma mudança nos planos. E entra aquela questão que pode mudar tudo: revelar que seu desejo não é compatível com o do amigo ou fingir que ainda quer o brilho das estrelas?

A amizade das duas é testada constantemente. E não somente na adolescência, mas durante a vida adulta. Tully é muito ambiciosa e não mede esforços para que os holofotes fiquem sempre em cima dela e acaba cometendo deslizes quando acredita que não há nada de mais nas suas atitudes. Tully arma uma para Kate que, apesar de horrível, seria algo muito interessante de acompanhar ao vivo. E essa não foi a pior coisa que Tully já fez. Kate é bem mais moderada e se ela puder ter algum momento de sossego durante o dia, ela acredita que é um presente dos céus. Mas ela também nota a passagem do tempo e a necessidade de deixar uma marca nesse mundo. Kate tem suas preocupações genuínas, mas possui um coração enorme.

A narrativa é em terceira pessoa, intercalando com Tully e Kate. A leitura é bastante densa, porque a autora desenvolve a história em pelo menos trinta anos na vida dessas personagens. E muita coisa acontece nesse tempo. Não acredito que isso vá incomodar alguém. Pode tornar a leitura um pouco mais lenta, mas a escrita da Kristin é muito boa. Este foi o meu primeiro contato com a autora. Ela já lançou outros livros pela Arqueiro e Novo Conceito.

Eu tenho que confessar que esse livro me fez chorar. Tão poucos livros têm esse poder sobre mim que não tinha como eu não gostar e favoritá-lo. E o que me fez chorar não foi o clímax emocionante ou mesmo algum momento relatando a amizade dessas mulheres. Foi um momento familiar, de redenção, em que o medo se fez presente na vida de uma família.

Concluindo

Simplesmente, leiam. Permitam-se viajar nessas páginas, permitam que elas te envolvam e façam valorizar os momentos ao lado das pessoas que estão ao seu redor.

(...) Este era o segredo de grandes amigas. Como irmãs e mães, elas podiam nos deixar furiosas, nos fazer chorar e nos magoar, mas, no fim, quando era preciso, elas estavam lá, nos fazendo rir mesmo nos piores momentos.
Página 260.
Comprem o livro:
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