quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Resenha | Inferno - Uma nova aventura de Robert Langdon

Capa brasileira do livro Inferno, de Dan Brown
Inferno - Uma nova aventura de Robert Langdon
Autor: Dan Brown.
Tradução: Fabiano Morais e Fernanda Abreu
Editora: Arqueiro.
Páginas: 448.
ISBN: 9788580411522.
Capítulo do Livro
Skoob

Sinopse:

Neste fascinante thriller, Dan Brown retoma a mistura magistral de história, arte, códigos e símbolos que o consagrou em "O Código Da Vinci", "Anjos e Demônios" e "O Símbolo Perdido" e faz de Inferno sua aposta mais alta até o momento. No coração da Itália, Robert Langdon, o professor de Simbologia de Harvard, é arrastado para um mundo angustiante centrado numa das obras literárias mais duradouras e misteriosas da história: O Inferno, de Dante Alighieri. Numa corrida contra o tempo, ele luta contra um adversário assustador e enfrenta um enigma engenhoso que o leva para uma clássica paisagem de arte, passagens secretas e ciência futurística. Tendo como pano de fundo poema de Dante, e mergulha numa caçada frenética para encontrar respostas e decidir em quem confiar, antes que o mundo que conhecemos seja destruído.

Olá, pessoal! Eu nunca comentei sobre nenhum dos livros do Dan Brown aqui no blog, mas eu li todos os que tem Robert Langdon como protagonista há anos, antes mesmo de ter o blog. O que eu menos gostei foi O Símbolo Perdido, e acho que a Sony, produtora dos filmes, também não. Ela simplesmente desistiu de sua adaptação e decidiu investir em Inferno. Depois de O Símbolo Perdido, houve um intervalo de tempo enorme até que esse novo livro chegasse e, ao mesmo tempo em que eu estava com alguma expectativa estava receoso do que Dan Brown mostraria.

O arrulho de uma simples pomba havia mudado tudo.
Página 20.

E o autor explora um assunto bem delicado e sobre o qual eu nunca tinha pensado até ler esse livro. Não vou dizer qual é, porque pode ser spoiler e fica mais interessante de descobrir durante a leitura. E se a editora não colocou isso na sinopse, quem sou eu para tirar a surpresa?

Dessa vez, encontramos Robert Langdon acordando sem memória recente em um hospital. Ele não tem certeza de como chegou lá ou mesmo de onde "lá" é. Quando uma misteriosa mulher armada invade seu quarto, Langdon escapa de morrer por um triz com a ajuda da doutora Sienna Brooks. Refugiado no apartamento de Brooks, ele se descobre de posse de um misterioso artefato que lhe dá uma pista que, aos poucos, o envolve numa trama que pode trazer consequências mundiais. Usando por guia a primeira parte da Divina Comédia de Dante Alighieri, Langdon tenta correr contra o tempo atrás de todas as pistas que, além de resolverem o mistério final, poderão fazer com que ele recobre sua memória.

- Portões do Paraíso? Mas eles não ficam... no Céu?
- Na verdade - disse Langdon, abrindo um sorriso de ironia e se encaminhando para a porta -, se você souber onde procurar, Florença é o Céu.
Página 220.

A narrativa é em terceira pessoa e explora a visão de praticamente todos os personagens dos núcleos desenvolvidos. Além de Langdon e Sienna, temos a visão do Consórcio, um grupo secreto com ares de máfia, e até mesmo da Organização Mundial da Saúde. O livro segue dividido em capítulos e seções, aquelas partes em que o autor "pula" uma linha para mostrar outro ponto de vista. É preciso ficar bem atento a essas seções, pois Dan Brown consegue nos levar a pensar coisas que, mais para a frente, podem se provar completamente diferentes do que imaginamos.

Eu particularmente não gosto quando os autores usam perda de memória em seus protagonistas. Normalmente, o leitor já sabe de tudo o que aconteceu e fica aquela sensação de enrolação durante a leitura. No entanto, Dan Brown faz esse recurso funcionar de forma bastante instigante. Começamos a leitura sem saber nada também. Vamos acompanhando o desenrolar dos acontecimentos que fazem com que Langdon recobre fragmentos de memória. Ficamos intrigados em vários momentos, imaginando o que aconteceu, como quando acompanhamos os acontecimentos na câmera de segurança que culminaram num fato crucial. Eu, porém, não me convenci muito com a explicação da perda de memória. Nunca sequer ouvir falar de que algo do tipo é possível.

Após minha frustração com O Símbolo Perdido, Inferno foi uma grata surpresa ao me fazer lembrar o autor de narrativa ágil, acelerada e grudenta que conheci em O Código Da Vinci.

Não há uma retomada dos acontecimentos dos livros anteriores, fazendo com que seja possível ler Inferno sem conhecer as outras aventuras de Langdon. Há umas poucas referências aos acontecimentos que o simbologista vivenciou no passado, mas nada que revele o enredo. Porém, Dan Brown coloca um acontecimento no final que me fez pensar seriamente em algumas coisas. A primeira é: será que ele vai ignorar algo tão grandioso se Robert Langdon ganhar uma nova aventura? Outra: aonde que ele estava com a cabeça para sequer se permitir aquilo? De todos os absurdos que a gente ignora, esse foi o que eu não consegui de forma alguma relevar. E lá se foram alguns pontinhos na minha classificação do livro.

Mas no todo, é um ótimo entretenimento. Recomendo muito para quem curte o estilo do autor nos dois primeiros livros. E se está em dúvida sobre dar uma nova oportunidade após o terceiro, se joga logo no Inferno de Dan!


Nada é mais criativo ou destrutivo do que uma mente brilhante com um propósito.
Página 157.

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