terça-feira, 16 de abril de 2013

Filme | A pequena loja de suicídios

Eu conheci essa animação por acaso e achei seu nome bem curioso. A verdade é que o que mais me chamou a atenção foi exatamente o nome. O que seria uma loja de suicídios? E por que falar disso em uma animação?


A pequena loja de suicídios é uma animação de língua original francesa, que teve lançamento mundial em 2012. Sua premissa é bem... peculiar. Imagina que você esteja cansado, sem esperanças e queira se matar, mas não saiba a forma mais eficaz de terminar com sua vida. Não seria legal encontrar todos os meios de se matar em uma loja? Cordas para você se enforcar com o nó já pronto, cadeira elétrica, venenos de todos os tipos e armas de todos os modelos são só alguns dos itens encontrados lá.

Os Tuvache são os responsáveis por dar uma morte requintada e garantida a todos os que se sentem desiludidos com a vida. O maior prazer dessa singular família é ajudar as pessoas a irem para o lado de lá. Eles garantem a morte das pessoas, mas têm o lema de devolução do dinheiro se a pessoa sobreviver. Comandada por Mishima, pai de Marilyn e Vincent, a loja segue firme e forte até que sua mulher, Lucrèce, entra em trabalho de parto e Alain nasce. O que acaba por se provar um acontecimento terrível.

Uma característica da família Tuvache é que jamais ninguém sorri. Mas no lugar de chorar ao nascer, Alain sorriu. Seus pais, então, ficam apavorados porque o menino cresce e continua com aquela "careta" nos lábios. Alain é, indiscutivelmente, o melhor personagem. Não fica triste à toa; mesmo quando sua mãe rasga um desenho que ele fez com a família toda feliz, ele encontra um motivo para ver beleza onde ninguém mais vê. Observando Alain, você consegue sentir que ele não entende o motivo das pessoas desistirem da vida.

Esse filme tem uma beleza visual bem sombria, lembrando um filme de Tim Burton, e momentos de tensão que me lembraram Death Note.É cheio de ironias, como o fato de eles não aceitarem cartão de crédito por motivos óbvios, das pessoas não precisarem economizar neste gasto final já que não levarão o dinheiro com elas quando partirem. Ou mesmo porque os Tuvache não podem se suicidar, senão a loja fecha e o índice de suicídios sem sucesso diminuirá. É bom lembrar, também, que há algumas passagens cantadas. E parece que tudo em francês fica mais bonito, mesmo a morte. Estranho, né?

Apesar de ser uma animação, de modo algum é aconselhável uma criança assistir, ou mesmo um adulto perturbado. Minha opinião. Há várias cenas de suicídios e os personagens praticamente ensinam modos de se matar. Sabem aquelas animações comuns em que a crueldade está toda enfeitada, tipo nas animações Disney? Aqui não há isso e dificilmente uma criança vai entender a mensagem que o filme pretende mostrar.

Vocês podem imaginar que é um clichê - uma criança que nasce diferente dos outros da família para ensiná-los alguma coisa já foi usado muitas vezes. O interessante é ver como os roteiristas resolveram mostrá-lo. E isso é o diferencial do filme. Pessoas são tristes, mesmo quando têm todo o dinheiro do mundo. Pessoas se iludem e cansam de tentar e cansam de resistir ao dia a dia. E essa animação quer mostrar que há uma chance para todos de fazerem algo de diferente e enxergar a beleza das pequenas coisas.


Não se assustem com o nome ou mesmo com a temática, recomendo muito que vocês assistam! É uma ótima sátira ao pessimismo e à tristeza.

Image Hosted by ImageShack.us
Image Hosted by ImageShack.us