Imagina a seguinte situação: um livro de uma série que você gosta muito, ou mesmo o livro de um autor favorito, vai ser lançado. Você fica ansioso esperando que o lançamento chegue para devorá-lo o mais rápido que puder. Então, fica sabendo que a editora realizará eventos sobre o livro em várias cidades do País. Exceto na sua. Sabe por quê? Porque não há um lugar para recebê-lo.
Foi exatamente esta a situação dos leitores capixabas praticamente durante todo o ano de 2012. As editoras anunciavam seu calendário para determinado livro e batalhávamos para conseguir trazer algum para Vitória. Diferentemente do ano de 2011, em que quase todo mês havia pelo menos o Clube do Livro ES, em 2012 ficávamos meses sem colocar os pés dentro de uma livraria com o objetivo de nos reunirmos para discutir os lançamentos ou mesmo algum livro-tema do Clube.
No Espírito Santo, não possuímos, por exemplo, uma livraria Saraiva com espaço físico para a realização de eventos de grandes portes. Apesar de termos uma MegaStore na capital, ao contrário do que ocorre em outras cidades, temos um café onde diziam que seriam o nosso espaço para eventos.
Boatos
diziam que a central da livraria tinha vetado eventos em livrarias
que não possuíam espaço para sua realização. Outros, diziam que a
administração da filial de Vitória resolveu não ceder o local por
acreditar que não havia retorno para a empresa e que os eventos
geravam muita “bagunça”. Eu não estou errado ao afirmar que
após todos os eventos, alguém sempre comprava pelo menos um livro
ou outro produto da livraria. Mesmo quando não havia eventos, o
pessoal ainda era consumidor e, apesar do mal atendimento prestado
por eles, não deixava de comprar. Quando se reúnem pessoas em busca
de algo comum é mais do que normal que os ânimos fiquem altos. Mas a
bagunça em questão creio que partia mais da parte da livraria, por
ter de arrumar um canto para a realização dos eventos, do que por
parte dos frequentadores dos mesmos.
Eu estava olhando no site da Saraiva e me deparei com a missão que a organização possui. Eu não consigo compreender como uma empresa tão grande é capaz de objetivar “a melhor experiência e a primeira lembrança do consumidor ao buscar cultura, entretenimento e informação” quando não oferece ao mesmo um pequeno espaço para a realização de eventos que levarão cultura, entretenimento e informação para dentro da livraria. Além do mais, eventos literários atraem consumidores, e consumidores geram lucro. E este é o objetivo principal de qualquer empresa, certo?
Aí vejo os valores. “Respeito às pessoas e às instituições”... como leitor, não me sinto respeitado por não ter um local para me encontrar com meus amigos e debater sobre os livros que lemos, ou que um dia vamos ler. A livraria não tem um espaço para isso? Nós já sabemos muito bem, mas nunca foi um empecilho antes e não entendo por que o é agora. Temos, então, um café. Talvez ele corrobore para o retorno do lucro por eles investidos, mas desvaloriza bastante o espaço da livraria, com o cheiro impregnando os produtos e com suas cadeiras atrapalhando o espaço das pessoas passarem. Isso não é uma bagunça para livraria por ser um serviço prestado por eles, correto?
Uma organização que tem por valor o pioneirismo se mostra anacrônica ao não ceder mesmo um mero espaço no chão para seus leitores se reunirem em datas esporádicas. Creio que uma organização pioneira já teria preconcebido esse espaço com uma visão de negócio mais aguçada. Se em praticamente todas as outras capitais existe esse espaço, por que fazer diferente em Vitória?
Compromisso com a educação eu até acredito que seja um valor válido, mas incentivo à leitura infelizmente a empresa não demonstrar ter. Pelo menos, não em Vitória ao barrar os eventos organizados tão de boa vontade pelos leitores e consumidores em potencial da livraria. Houve uma vez em que isso aconteceu, chegamos para o evento e disseram que não tinham sido informados sobre nada. Se é verdade ou não, eu nunca soube.
Mas esta postagem não é, de modo algum, um ataque à livraria Saraiva. Temos outras livrarias aqui no estado. A Logos Livraria, por exemplo, foi a nossa "casa" depois que a Saraiva nos disse não. A Logos é uma livraria capixaba e possui algumas filiais pela Grande Vitória. Uma delas possui espaço para eventos, no entanto seu horário é bastante incompatível com o do pessoal que frequenta os eventos. A filial do Shopping Vitória muito gentilmente nos recebeu e ficamos muito gratos por isso.
Outra livraria que temos no shopping é a Leitura. Ela não possui um espaço para eventos, no entanto, mas esbarra na mesma questão de horário quando entramos em contato para a realização dos mesmos. Durante a semana, muitos de nós estamos estudando ou trabalhando e não teríamos como participar dos eventos.
Vocês devem saber que as editoras sempre solicitam uma livraria para os eventos serem realizados. É claro que a gente conta com a compreensão de uma ou outra que nos permite realizar eventos fora de livrarias. A Intrínseca é uma delas; já realizamos eventos em casas e mesmo na varanda do Shopping Mestre Álvaro, que nos cedeu o espaço muito gentilmente mesmo o lugar ainda não contando com nenhuma livraria. Mas não é o ambiente mais interessante para a interação entre leitores.
Este é um desabafo de um leitor que gostaria de se sentir mais acolhido pelas livrarias do seu estado. Mas posso dizer que é o de muitos outros, também. Nós não queremos fazer bagunça nas livrarias, nós só queremos nos encontrar e poder discutir sobre livros.
PS: a Aline, do Memoirs and Books, também fez um texto sobre o mesmo tema no blog dela. Confiram clicando aqui.
Eu estava olhando no site da Saraiva e me deparei com a missão que a organização possui. Eu não consigo compreender como uma empresa tão grande é capaz de objetivar “a melhor experiência e a primeira lembrança do consumidor ao buscar cultura, entretenimento e informação” quando não oferece ao mesmo um pequeno espaço para a realização de eventos que levarão cultura, entretenimento e informação para dentro da livraria. Além do mais, eventos literários atraem consumidores, e consumidores geram lucro. E este é o objetivo principal de qualquer empresa, certo?
Aí vejo os valores. “Respeito às pessoas e às instituições”... como leitor, não me sinto respeitado por não ter um local para me encontrar com meus amigos e debater sobre os livros que lemos, ou que um dia vamos ler. A livraria não tem um espaço para isso? Nós já sabemos muito bem, mas nunca foi um empecilho antes e não entendo por que o é agora. Temos, então, um café. Talvez ele corrobore para o retorno do lucro por eles investidos, mas desvaloriza bastante o espaço da livraria, com o cheiro impregnando os produtos e com suas cadeiras atrapalhando o espaço das pessoas passarem. Isso não é uma bagunça para livraria por ser um serviço prestado por eles, correto?
Uma organização que tem por valor o pioneirismo se mostra anacrônica ao não ceder mesmo um mero espaço no chão para seus leitores se reunirem em datas esporádicas. Creio que uma organização pioneira já teria preconcebido esse espaço com uma visão de negócio mais aguçada. Se em praticamente todas as outras capitais existe esse espaço, por que fazer diferente em Vitória?
Compromisso com a educação eu até acredito que seja um valor válido, mas incentivo à leitura infelizmente a empresa não demonstrar ter. Pelo menos, não em Vitória ao barrar os eventos organizados tão de boa vontade pelos leitores e consumidores em potencial da livraria. Houve uma vez em que isso aconteceu, chegamos para o evento e disseram que não tinham sido informados sobre nada. Se é verdade ou não, eu nunca soube.
Mas esta postagem não é, de modo algum, um ataque à livraria Saraiva. Temos outras livrarias aqui no estado. A Logos Livraria, por exemplo, foi a nossa "casa" depois que a Saraiva nos disse não. A Logos é uma livraria capixaba e possui algumas filiais pela Grande Vitória. Uma delas possui espaço para eventos, no entanto seu horário é bastante incompatível com o do pessoal que frequenta os eventos. A filial do Shopping Vitória muito gentilmente nos recebeu e ficamos muito gratos por isso.
Vocês devem saber que as editoras sempre solicitam uma livraria para os eventos serem realizados. É claro que a gente conta com a compreensão de uma ou outra que nos permite realizar eventos fora de livrarias. A Intrínseca é uma delas; já realizamos eventos em casas e mesmo na varanda do Shopping Mestre Álvaro, que nos cedeu o espaço muito gentilmente mesmo o lugar ainda não contando com nenhuma livraria. Mas não é o ambiente mais interessante para a interação entre leitores.
Este é um desabafo de um leitor que gostaria de se sentir mais acolhido pelas livrarias do seu estado. Mas posso dizer que é o de muitos outros, também. Nós não queremos fazer bagunça nas livrarias, nós só queremos nos encontrar e poder discutir sobre livros.
PS: a Aline, do Memoirs and Books, também fez um texto sobre o mesmo tema no blog dela. Confiram clicando aqui.