Autor: Scott Westerfeld.
Tradução: Rodrigo Chia.
ISBN: 9788501083692.
Páginas: 352.
Editora: Galera Record.
Capítulo do Livro
Skoob
Sinopse:
Circunstâncias especiais. As palavras dão arrepios a Tally desde seus
dias como uma repugnante e revoltada Feia. Naquela época, especiais eram
um boato sinistro - assustadoramente bonitos, perigosamente fortes,
chocantemente rápidos. Perfeitos comuns podem viver uma vida inteira sem
conhecer um especial. Mas Tally nunca foi comum.
E agora ela se tornou um deles: uma super máquina de combate, construída
para manter os feios humilhados e os perfeitos idiotas.
A força, a velocidade, e a clareza e foco de seus pensamentos é a melhor
coisa que Tally consegue lembrar. Na maior parte do tempo. Uma pequena
parte do seu coração ainda se lembra de algo mais.
Mesmo assim, é fácil ignorar isso - até Tally oferecer-se a acabar
permanentemente com os rebeldes de New Smoke. Tudo se resume a uma
escolha: escutar seu coração ou realizar a missão para que foi
programada. De qualquer jeito, o mundo de Tally nunca mais será o mesmo.
Especiais é o último livro da trilogia Feios com Tally como personagem principal. Vejam bem, o livro fecha a trilogia conquanto que Extras é nada mais do que o nome dele exemplifica: um extra. Eu gosto de distopias, mas eu tenho um pé bem atrás com essa série. Achei Feios bastante previsível e até gostei de Perfeitos, mas Especiais não fechou a trilogia de forma especial. Se você ainda não leu nenhum livro da série, essa resenha pode ter spoilers.
Depois daquele final em Perfeitos, eu esperava me surpreender de forma fantástica com esse livro. O autor tinha um excelente caminho para trilhar, mas resolveu que Especiais seria moroso. Essas transformações cirúrgicas fazem com que os personagens se tornem chatos e insuportáveis de aguentar. Se essa foi a intenção do autor, ele conseguiu de forma exemplar. Tally agora é uma especial Cortadora, um ser humano com habilidades bizarras como visão aguçada, faro como de lobos e resistência física num estilo muito "Super-homem".
Durante uma tentativa de invadir uma festa dos cabeças de vento, a.k.a perfeitos, um certo acontecimento faz com que os Cortadores partam em busca da Nova Fumaça. Aí vem uma baita enrolação de Scott para chegar a algumas coisas, que levam a outras, que não levam a lugar algum. A história realmente só teve algum desenvolvimento, para mim, depois da metade. E, quando cheguei ao final, senti que o autor não sabia muito bem como queria terminá-lo.
Essa era a vantagem de ser um Cortador: tudo era sagaz agora, como se a pele absorvesse o mundo.
Pág. 10.
Scott conseguiu desvirtuar completamente sua personagem de modo que mal consigamos relacionar a Tally de Feios com a pessoa que ela se tornou em Especiais. Enquanto em Perfeitos ainda é possível reconhecê-la e gostar dela, Especiais mostrou uma garota insuportável e submissa à chefinha dela. Eu esperava que os Especiais fossem um tipo fantástico de pessoa, mas demonstrado nas figuras de Tally e Shay eles chegam a ser ridículos e mesmo burros. Scott também é pouco ou nada criativo na hora de criar gírias. Eu me irritei bastante todo vez que li as palavras "sagaz" e "avoado", assim como me irritei em Perfeitos com "borbulhante", "falso". Soavam como se fora do lugar, sem sentido algum. A mente dela é tão sagaz que ela não consegue perceber as coisas erradas que há ao seu redor, bem contraditório.
- Nem sempre a culpa é minha - disse, baixinho. - A situação se complica às vezes.
Pág. 67.
Se você chegou a ler Perfeitos, eu recomendo a leitura de Especiais apenas para não ter uma série incompleta na prateleira. Mas se esse fosse um livro único, eu pediria que vocês pensassem bem na hora de lê-lo. Tipo, eu não ter gostado não quer dizer que outra pessoa não vá gostar. Acontece, essa é a "magia" que há na literatura.