quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Resenha | O Histórico Infame de Frankie Landau-Banks

O Histórico Infame de Frankie Landau-Banks
Autor: E. Lockhart.
Tradução: André Czarnobai.
Editora: Seguinte.
Páginas: 344.
ISBN: 9788565765206.
Skoob

Sinopse:

Aos catorze anos, Frankie Landau-Banks era uma garota comum, um pouco nerd, que frequentava a Alabaster, uma escola tradicional e altamente competitiva. Mas tudo muda durante as férias. Na volta às aulas para o segundo ano, o corpo de Frankie havia se desenvolvido, e ela havia adquirido muito mais atitude. Logo ela chama a atenção de Matthew Livingston, o cara mais popular do colégio, que se torna seu novo namorado e a apresenta ao seu círculo de amigos do último ano. Então Frankie descobre que Matthew faz parte de uma lendária sociedade secreta - a Leal Ordem dos Bassês -, que organiza traquinagens pela escola e não permite que garotas se juntem ao grupo. Mas Frankie não aceitará um "não" como resposta. Esperta, inteligente e calculista, ela dará um jeito de manipular a Leal Ordem e levantará questionamentos sobre gênero e poder, indivíduos e instituições. E ainda tentará descobrir se é possível se apaixonar sem perder a si mesma.

Olá, pessoal! Hoje eu vou comentar sobre um livro que foi chamando a minha atenção aos poucos e, de repente, eu precisava lê-lo. Ele foi indicado por alguns autores famosos, cujas citações eu tomei a liberdade de inserir nos comentários. Se você já leu, deixe seu comentário. Se ainda não, comente suas expectativas.

Este livro conta a história de uma garota que teve um crescimento físico brilhante e totalmente incrível, mas que ainda está em processo de amadurecimento de seu emocional. Então, é preciso que você o leia, leia agora, para entender os motivos que levaram Frankie a escrever a carta que abre seu infame histórico, se desculpando pelas travessuras que a Leal Ordem dos Bassês aprontou na escola. Mas vamos conhecer antes tudo o que a levou a escrevê-la, como o fato de ela ter deixado ser um patinho feio mudou o modo como os mesmos garotos de sempre a viam. E de como ela descobriu, em um certo dia, sobre esse grupo secreto e quis fazer parte dele.

- Nenhum deles me reconheceu, Trish.
- Você está de brincadeira.
- Nem Dean, nem Matthew, e nem esse Alfa. É como se eu fosse invisível.
- Como se você tivesse sido invisível - corrigiu Trish. - E agora não é mais.
- Só porque os meus peitos cresceram? Não pode ser; eles devem olhar para o rosto das meninas de vez em quando. Senão, como é que iam reconhecer as pessoas?
Páginas 51 e 52.

Há alguma coisa em internatos e sociedades secretas que me chamam a atenção. Misture os dois elementos em um livro e o joguem em minhas mãos que eu vou querer lê-lo. Exceto, é claro, se esse livro for O Ateneu. Isso é outra história. Assim como Frankie, acredito que todos querem fazer parte em alguma coisa. Quanto mais misteriosa e com um certo grau de risco, melhor. A Leal Ordem dos Bassês, por exemplo, é bem diferente dos Karas, de Pedro Bandeira. Ela está mais para Os Marotos, de J. K. Rowling, com seus rituais próprios e sua imperiosa necessidade de perturbar as normas.

A narrativa é em terceira pessoa e bem peculiar. O narrador se torna aquele personagem onisciente que vai nos revelar o que sabe dos personagens, mas ainda guardará algo para nos surpreender. É uma narrativa que se você for ler superficialmente apenas para ter mais um livro na sua meta de leitura, não vai entender nada. Parece até um absurdo comentar isso por aqui, mas há de se fazer uma interpretação um pouco mais acurada do texto para aproveitá-la melhor.

A diagramação é simples, com folhas em papel pólen. A revisão está bem feita. Os capítulos trazem uma ilustração de um bassê. Confesso que a capa não tinha me atraído muito, mas depois de vê-la em mãos eu curti mais. Mesmo o tom branco tem a ver com a história, porque é a cor preferida de Frankie. O título faz uma brincadeira bem legal. Primeiro, ele faz referência a um caderno antiquíssimo em que os membros da Leal Ordem dos Bassês escreviam suas travessuras, como um diário ou ata. E depois, claro, a ironia sobre as coisas que Frankie apronta.

Este livro traz uma mensagem final bem interessante. Podemos acreditar e defender com garras as nossas crenças, mas precisamos estar preparados para as consequências. O forte feminismo de Frankie a levou a escrever um pedido de desculpa pelas coisas que aconteceram, mas isso não quer dizer de modo algum que ela abandonou o que acredita. Ela compreendeu um pouco mais.

Mais do que recomendado!

- Segredos são mais poderosos quando as pessoas sabem que você os tem - disse o sr. Sutton. - Conte a eles um pedacinho do seu segredo, mas mantenha o resto bem guardado.
Página 65.
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