Autor: Raymond E. Feist.
Tradução: Cristina Correia.
Editora: Saída de Emergência.
Páginas: 432.
ISBN: 9788567296005.
Capítulo do Livro
Skoob
Sinopse:
Na fronteira do Reino das Ilhas existe uma vila tranquila chamada Crydee. É lá que vive Pug, um órfão franzino que sonha ser um guerreiro destemido ao serviço do rei. Mas a vida dá voltas e Pug acaba se tornando aprendiz do misterioso mago Kulgan. Nesse dia, o destino de dois mundos altera-se para sempre. Com sua coragem, Pug conquista um lugar na corte e no coração de uma princesa, mas subitamente a paz do reino é desfeita por misteriosos inimigos que devastam cidade após cidade. Ele, então, é arrastado para o conflito e, sem saber, inicia uma odisseia pelo desconhecido: terá de dominar os poderes inimagináveis de uma nova e estranha forma de magia… ou morrer. Mago é uma aventura sem igual, uma viagem por reinos distantes e ilhas misteriosas, onde conhecemos culturas exóticas, aprendemos a amar e descobrimos o verdadeiro valor da amizade. E, no fim, tudo será decidido na derradeira batalha entre as forças da Ordem e do Caos.
Olá, pessoal! Hoje eu vou comentar sobre o primeiro livro publicado pela editora Saída de Emergência no Brasil. Para quem ainda não sabe, a Saída de Emergência (SdE) é um "selo" do grupo Sextante dedicado a postar literatura fantástica. Ela é uma editora portuguesa que tem em sua bagagem a publicação dos livros da saga As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin.
Eu confesso que nunca tinha lido ou ouvido falar sobre Raymond E. Feist e fiquei bem surpreso ao descobrir que ele tem uma boa bagagem de leitores e que esse livro foi inspiração para um jogo chamado Betrayal of Krondor. Toda a agitação em torno da chegada desse livro ao Brasil despertou minha vontade de lê-lo. Se é para fugir um pouco da realidade do dia a dia, a melhor passagem que pode existir é uma literatura de fantasia.
- Não importa o nosso destino, não importa quantos anos passem, nunca mais deixaremos de ser amigos.
Página 153.
Mago conta a história de Pug, um garoto que deseja se tornar soldado no dia da Escolha. O dia que marcava o fim da adolescência dos garotos da vila de Crydee também é o dia em que os Mestres Artesãos e os membros da corte do Duque escolhem os aprendizes para determinadas funções. Pug acaba ficando na menos provável, a de aprendiz de mago. Em um certo dia, um estranho navio aparece encalhado perto da vila e o povo do castelo acaba descobrindo que uma ameaça de outro mundo, conhecida como tsurani, pretende invadir o Reino.
A narrativa é em terceira pessoa e explora o ponto de vista de vários personagens, mas tendo Pug como principal. Eu conseguia visualizar todos os cenários descritos no começo do livro e quase conseguia sentir o cheiro de terra molhada da tempestade que cai e faz com que Pug acabe conhecendo o mago Kulgan. Mas depois tive muita dificuldade, ficando disperso sem ter muita certeza de para onde o autor queria levar a história e com a sensação de que só lia e não visualizava acontecer. Fiquei bastante confuso com a história dos tsuranis.
Feist não conseguiu fazer com que eu me conectasse a algum dos personagens. Mesmo Pug, que tem todos os elementos heroicos que eu gosto de ver nos personagens em histórias de fantasia, não conseguiu me envolver após os acontecimentos do capítulo dois, O Aprendiz. Ele é um órfão com um passado misterioso que não foi explorado; toda a gana e vontade de querer ser mais do que esperam dele até existe, ele se dedica a ser bom na função para a qual foi escolhido, mas eu senti que faltou algo mais a ser explorado. Não percebi o crescimento dos personagens ocorrendo durante a leitura até o autor me contar que isso aconteceu. Para falar a verdade, o único personagem em que senti o crescimento ocorrendo foi a princesa Carline. A citação abaixo, porém, se refere ao Tomas e poderia ser explicada, talvez, por um acontecimento em que ele adquire um "prêmio".
(...) A marca dos combates começava a revelar-se em seu jovem rosto. Sobrara pouco do garoto que era e ele lembrava cada vez mais um homem.Página 315.
Mago - Aprendiz abre A Saga do Mago, que foi publicada originalmente nos anos 80 com um bom corte em seu texto. Essa versão que chegou ao mercado brasileiro é a completa e preferida do autor, como ele nos conta nesta entrevista aqui, realizada por Ana Cristina Rodrigues, uma das adaptadoras do livro para o português brasileiro. Mago é o que chamam de alta fantasia, e isso significa que, além da complexidade toda de um mundo novo a ser apresentado, há mais seriedade nos assuntos abordados. Então, tenham consciência quando iniciarem a leitura de que não haverá, por exemplo, todo o humor e magia lúdica de Harry Potter nessas páginas.
Outra coisa a se ter em mente: esses são os meus comentários e impressões referentes ao que eu senti durante a leitura. Deem uma lida no texto disponibilizado pela editora e, se curtirem, procurem o livro para conhecer toda a história e boa leitura.
(...) Os defeitos que vemos nos outros nunca parecem tão terríveis como os que vemos em nós.
Página 132.