terça-feira, 31 de março de 2015

Resenha | Brutal

Eu não sei se a Rocco acertou muito bem na tradução do título de "Cold Killing" para o português. Acredito que um título muito melhor para o livro seria MARAVILHOSO, porque é isso o que esse livro é.


A história

Brincadeiras a parte, as primeiras quinze páginas de Brutal já demonstram que o livro possui grandes chances de se tornar um favorito na lista de qualquer um. Luke Delaney nos conduz de forma brilhante na apresentação desse psicopata e serial killer, um homem de família, aparentemente comum e de quem ninguém suspeitaria ser capaz de fazer as atrocidades tão incrivelmente descritas nas páginas que se seguem.

A história de Brutal se passa em Londres e tem como guia o detetive de homicídios Sean Corrigan. Com uma infância bastante atribulada, Sean desenvolveu um sexto sentido para crimes brutais. Nas cenas dos crimes, ele consegue ver além das evidências. Consegue entender como a cabeça do criminoso funciona e, por conta disso, seu profissionalismo acaba interferindo diretamente em sua vida pessoal. Sean tem uma esposa bastante compreensível ao seu lado, que entende sua cabeça, mas que também batalha para freá-lo nos momentos certos.



Quando Sean é chamado para investigar a morte de um jovem gay, ele logo percebe que aquele é um crime que vai ocupar sua mente por dias e que seu sossego só será pleno quando ele vir esse assassino incansável definitivamente atrás das grades.

Impressões

Brutal não é um livro para quem tem estômago fraco. As descrições dos crimes são bem viscerais, muitas vezes literalmente viscerais. Eu me peguei fixado com um sorriso no rosto conforme lia, surpreso com a capacidade do autor de se desprender do comodismo e ousar chocar. 

(...) Precisava que estivesse vivo enquanto eu o furava. Precisava vê-lo tentar me impedir sempre que eu estocasse seu corpo moribundo: não apunhalando freneticamente, mas encostando o picador na pele clara antes de empurrar a ponta com um estalo deliciosamente prazeroso.
Página 12.

O implacável jogo de caça do gato e rato torna a leitura uma nova experiência. Enquanto Sean tenta encontrar um padrão nos crimes que investiga e acredita estarem interligados, o assassino zomba de sua capacidade de dedução. Eu não sabia até onde o autor seria capaz de ir, o que ele estava querendo mostrar com todas aquelas estratégias - até que cheguei nas últimas páginas e, após me sentir positivamente enganado durante boa parte do livro, descobri toda a verdade. Quando o autor consegue me enganar durante a leitura, para mim o livro é muito bom. 

A estreia do detetive Sean Corrigan pode ser comparada à de Cormoran Strike, de Robert Galbraith. Arrisco dizer que até melhor. É o tipo de livro que se você não for fã de literatura policial, ao finalizá-lo pode passar a ser.


Autor: Luke Delaney.
Tradução: Maira Parula.
Editora: Fábrica231.
Páginas: 416.
ISBN: 9788568432129.
Classificação: 5/5+.
Capítulo do Livro
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