segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Resenha | Voos e sinos e misteriosos destinos

Voos e sinos e misteriosos destinos
Autora: Emma Trevayne.
Tradução: Álvaro Hattnher.
Editora: Seguinte.
Páginas: 312.
ISBN: 9788565765435.
Classificação: 4/5.
Skoob

Sinopse:

Nesta fábula moderna, com gosto das aventuras clássicas que encantam os jovens leitores há tantos anos, conhecemos a história de Jack Foster, um garoto de dez anos que, como qualquer um da sua idade, sonhava viver grandes aventuras. Ele morava em Londres mas estudava em um colégio interno, voltando para casa apenas nas férias, quando ficava completamente entediado. Mas, um certo dia, Jack atravessa uma porta mágica e, do outro lado, encontra uma cidade ao mesmo tempo muito parecida e muito diferente daquela que conhecia. Em Londinium, apesar de reconhecer as ruas e prédios, ele encontra um cenário steampunk, com engrenagens e fuligem por todos os lados. Por ali era raro encontrar alguém que não tivesse nenhuma parte do corpo feita de metal. E era justamente isso que a Senhora - uma mulher rígida e temperamental que governava a cidade desde sempre - buscava: um filho de carne e osso. Jack logo descobre que aquele lugar era extremamente perigoso, e que voltar para casa não seria tão fácil quanto tinha sido chegar até ali...

A primeira coisa que me chamou a atenção neste livro foi a capa. Ela é muito mais bonita em mãos do que uma imagem pode mostrar. De algum modo, a textura soft touch combinou bastante com esse ar sombrio, noturno.

O livro é um steampunk juvenil. Para quem não sabe, no steampunk existe uma tecnologia rudimentar numa época improvável. Por exemplo, neste livro temos os autômatos que simulam o tipo humano mas são feitos completamente de metal. O meio de transporte aéreo comum é o dirigível e o terrestre, carroça puxada por cavalos de metal.

Mas antes de conhecer esse mundo misterioso, Jack Foster vive na Londres de uma época vitoriana, levando uma vida bem tediosa em casa nas férias do internato. Seu pai está sempre ocupado com o trabalho e a mãe com reuniões da sociedade. Numa dessas reuniões, um homem misterioso aparece e realiza alguns truques que chamam a atenção de Jack e, mais estranho ainda, demonstra um interesse particular pelo garoto.

Um dia, Jack vai atrás de aventura e acaba descobrindo uma passagem secreta na torre do Big Ben que o leva a uma nova versão da Londres que ele conhece chamada Londinium. Lá, as pessoas possuem partes mecânicas, correm pra se proteger da chuva e a poluição é grande. Um menino completamente humano é raro por lá. E Jack descobre que alguém muito cruel o deseja mais do que tudo e é capaz de fazer qualquer coisa para colocar as mãos nele.

Voos e sinos é narrado em terceira pessoa e mostra o ponto de vista de Jack e do Sr. Havelock, o misterioso homem que o procurou em Londres. Enquanto Jack é o nosso olho pra descobrir o novo mundo, Havelock nos mostra a parte antagônica em suas diversas facetas. Por exemplo, vamos descobrindo bem aos poucos o motivo de sua adoração pela dominadora Senhora. Ela está presente em vários momentos e, algumas vezes, me lembrou a Rainha de Copas de Alice, com seu egoísmo tirânico.

Voos e sinos ecoa Coraline em alguns aspectos, mas, na minha humilde opinião, melhor e de forma mais eficiente. Eu não curti tanto Coraline como curtir Voos e sinos. E mesmo os personagens "maus" conseguem gerar empatia por suas histórias e desejos. Sabem, né, a gente entende e compreende suas motivações. Mas isso não quer dizer que admiramos e concordamos com tudo.

Ele ouviu o chuque-chuque da máquina antes de vê-la. Se houvesse um coração normal em seu peito, o ritmo das batidas teria mudado para acompanhar aquele som, mas Lorcan não tinha um coração normal. Ali, ele mal tinha uma coisa que pudesse ser chamada de coração, na verdade. Havia apenas uma coisa inútil e morta no lugar.
Página 19.
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