quarta-feira, 29 de abril de 2015

Resenha | Outlander - A viajante do tempo

Outlander... bem, bem, bem. Sempre que eu vi ou ouvia falar do livro, eu ficava ao mesmo tempo interessado e inseguro em lê-lo. Eram sempre ótimos comentários engrandecendo a história de Diana Gabaldon, fortalecidos pela fidelidade que diziam que a série de TV tem. Mas o tamanho do livro era o que mais me assustava quando eu pensava em pegá-lo para ver qual é. O primeiro livro tem quase - quase!!! - oitocentas páginas, sendo o segundo maior ainda.


A história

É 1945, o final da Segunda Guerra Mundial, quando a enfermeira Claire e seu marido, o professor Frank Randall, viajam para Inverness a fim de viver uma nova lua de mel após os anos incertos da guerra. Frank esteve no campo de batalha, mas agora seu interesse maior é pesquisar a história de seus antepassados, com enfoque no oficial Jack Randall que lutou no levante jacobita de 1745. Nas Ilhas Britânicas, Claire e Frank acabam descobrindo toda a misticidade do lugar e presenciam, num círculo de pedras, um misterioso ritual evocado por supostas druidisas.

Com um interesse especial por botânica, no dia seguinte ao ritual, Claire resolve voltar ao círculo de pedras para tirar uma dúvida a respeito de uma flor que vira por lá. Tão logo ela se vê entre as pedras, o vento sopra mais forte e um estranho chiado toma conta do lugar, atraindo-a cada vez mais para uma pedra em particular. Quando toca a pedra, Claire desmaia e, ao acordar, se vê em meio a uma batalha violenta num lugar novo e ao mesmo tempo muito familiar.

Impressões

A coisa mais bizarra que eu posso dizer a vocês é que Outlander não é um livro para ser lido por quem está com a cabeça - leia-se, mente - pregada na ética do presente. Diana apresenta um alto grau de violência para dar verossimilhança à época retratada. E só isso é o suficiente para fazer com que algumas pessoas possam ver com olhos de censura as agressões sofridas por Claire e todas as outras narradas nessas páginas. Eu mesmo me arrepiei com algumas e até olhei estranho para uma em particular. Mas entendi a colocação e gostei da atitude de Claire para que aquilo não se repetisse.

Sobre os personagens - e eles são tantos! -, a autora soube apresentá-los muito bem sem se perder. Conhecemos seu lado bom e ruim, nos apaixonamos, odiamos e nos arrepiamos de medo por outros. Claire e Jaime se destacam por terem uma personalidade forte e determinada, de não levar uma sem dar outra em troca. Claire tem o coração em conflito quanto ao que sente em relação a Jaime e o fato de seu marido existir, mesmo que ainda não tenha nascido.



Vocês podem se perguntar, assim como eu mesmo fiz várias vezes antes de me jogar na história, se Diana tem tanta história para preencher todas as oitocentas páginas. E eu digo que sim. Ela escreve muito bem, nos inserindo tanto na história que não nos percebemos lendo e sim assistindo os acontecimentos, conhecendo os personagens, suspirando nos momentos sensuais, rindo com as brigas de Claire e Jaime, ansiando em virar mais uma página e mais outra até saber o que acontece no fim. Outlander se torna uma leitura viciante!

Eu mesmo acabei não resistindo e comprei o segundo livro da série, A libélula no âmbar, para ler. E torço muito para a Saída de Emergência não demorar a lançar os próximos.

Série de TV

Eu estou acompanhando a série de TV e posso garantir a vocês que até o episódio sete ela é muito fiel ao livro. Foram acrescentadas algumas coisas no oitavo e nono que não condizem com a narrativa do livro. Mas não é nada que foge à história. Dependendo da interpretação de cada um, aquelas cenas podem ser vistas como fruto da imaginação preocupada de Claire. A partir do dez, ela volta a uma linha mais firme em relação ao livro. Os atores foram bem escolhidos e a interpretação das personagens não deixa a desejar. Eu li metade do livro antes de me arriscar a acompanhar a série, até o oitavo capítulo que, coincidentemente, é onde houve o "hiatus da leitura".

Conclusão

Eu realmente espero que o tamanho do livro não seja algo intimidador para vocês. De verdade. A gente não vê as páginas passarem enquanto lemos devido a escrita gostosa de Diana. É um livro que vai agradar quem gosta de literatura histórica, de guerra e com uma pegada muito sensual. Espero muito que vocês possam lê-lo e terminar a leitura favoritando ou correndo para adquirir o próximo, assim como eu fiz!


Autora: Diana Gabaldon.
Tradução: Geni Hirata.
Editora: Saída de Emergência.
Páginas: 799.
ISBN: 9788567296227.
Classificação: 5/5+.
Capítulo do Livro
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