Autora: Sarah Lotz.
Tradução: Alves Calado.
Editora: Arqueiro.
Páginas: 400.
ISBN: 9788580412697.
Classificação: 4,5/5.
Capítulo do Livro
Skoob
Sinopse:
Quinta-Feira Negra. O dia que nunca será esquecido. O dia em que quatro aviões caem, quase no mesmo instante, em quatro pontos diferentes do mundo. Há apenas quatro sobreviventes. Três são crianças. Elas emergem dos destroços aparentemente ilesas, mas sofreram uma transformação. A quarta pessoa é Pamela May Donald, que só vive tempo suficiente para deixar um alerta em seu celular: Eles estão aqui. O menino. O menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas... Estão vindo me pegar agora. Vamos todos embora logo. Todos nós. Pastor Len, avise a eles que o menino, não é para ele... Essa mensagem irá mudar completamente o mundo
Vocês podem me chamar de psicopata, não tem problema. Mas gosto muito de ler livros sobre desastres e assistir filmes cheios de catástrofes, daqueles bem pipocão. Enquanto fica na ficção, é legal. Mas quando é real, como o 11 de setembro e o recente sumiço do avião da Malasia Airlines, em que muitas vidas são perdidas e famílias desestruturadas, eu preferia que os finais fossem mais felizes na medida em que isso fosse possível.
Outra coisa que eu muito me interesso é em teorias da conspiração. Normalmente, elas envolvem o fim do mundo religioso, política e/ou vida extraterrestre. Sazonalmente, eu me pego assistindo a vídeos do YouTube sobre o assunto e algumas são bem assustadoras, de deixar o cabelo de tudo o que é lugar arrepiado. Vocês sabem que há várias sobre o 11 de setembro, sobre os presidentes americanos etc, né?
Sarah Lotz resolveu jogar esses ingredientes num caldeirão fervilhante e fez uma mistura que deu muito certo: quatro aviões caem praticamente ao mesmo tempo em locais diferentes do globo terrestre, somente três crianças e uma mulher adulta sobrevivem em cada avião. No entanto, essa mulher sobrevive apenas tempo o suficiente para deixar uma mensagem perturbadora e misteriosa que fez explodirem teorias sobre o ocorrido.
Eles estão aqui. Eu... Não deixe a Snookie comer chocolate, é veneno para os cachorros, ela vai implorar a você... O menino. vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas... Estão vindo me pegar agora. Todos vamos embora logo. Todos nós. Tchau, Joanie, adorei a bolsa, tchau Joanie, pastor Len, avise a eles que o menino, não é para ele...
Página 88.
A princípio, eu estranhei a maneira com que Sarah resolveu contar sua história. Tirando o prólogo e o epílogo, a história é narrada por meio de relatos coletados por uma autora-personagem chamada Espelth. Ela escreveu o livro que existe no mundo da história sobre o mistério envolvendo os três sobreviventes. Através de conversas via Skype com testemunhas e jornalistas, transcrição de áudios e mesmo fóruns de Internet, somos apresentados à conspiração. Um pastor acredita que a mensagem de Pamela, a mulher que morreu logo após deixar a mensagem, prenuncia a chegada dos quatro cavaleiros do Apocalipse. Uma ceita chamada pamelista foi criada e as palavras do pastor moveram várias pessoas. Mas, sinceramente, não sei como as pessoas se deixaram envolver por algumas ideias. Mas enquanto houver acreditador, haverá quem saiba tirar proveito.
Outros relatos mostram como é o dia a dia dos sobreviventes. É aí que a sementinha da dúvida é plantada em nossa cabeça. Aquelas crianças sobreviveram por uma intervenção divina ou existe algo além da compreensão nelas? Sarah mostra como a presença das crianças influencia em alguma coisa na vida da família delas e na de outras pessoas que tem ou tiveram algum contato com elas.
A Arqueiro fez um trabalho gráfico diferenciado para o livro. Ele não tem orelhas e o corte das páginas é pintado de preto. Se vocês olharem a capa com atenção, verão um avião em meio às nuvens. Confesso que eu não gosto do objeto livro sem orelhas. Fico com a sensação de que estou segurando uma prova de livro e não o livro finalizado, ou mesmo uma edição econômica. Isso me incomodou um pouco durante a leitura.
Mas se assim como eu vocês gostam de uma boa história de conspiração, Os três vai mexer muito com sua imaginação. Não se deixem levar pelo estranhamento sobre como a história é contada, porque Sarah é exemplar ao atiçar a curiosidade e a leitura segue muito bem. Leiam!
Um acontecimento dessa magnitude tem tudo para centralizar a atenção do mundo, mas por que as pessoas logo pensam no pior ou perdem tempo acreditando em teorias bizarras e tortuosas? Claro, as chances de tudo isso acontecer são infinitesimais, mas, qual é! Será que estamos tão entediados assim? Será que, no fundo, todos não passamos de provocadores?
Página 70.
