Resenha | Deixe a neve cair

Olá, pessoal! Hoje eu vou comentar sobre um livro de contos. Eu não tenho o costume de ler contos, mas de vez em quando essas histórias curtas dão uma oxigenada no nosso ritmo de leitura. E são ótimas para ler entre livros mais densos! A Rocco lançou Deixe a neve cair para o Natal, mas o livro, claro, pode ser lido tranquilamente em qualquer outra época do ano. O livro reúne três autores bem diferentes. E eu os apresento para vocês antes de falar sobre cada conto. Fiquem tranquilos, não há spoilers dos contos.

Deixe a neve cair
Autor: John Green, Maureen Johnson, Lauren Myracle
Tradução: Mariana Kohnert.
Editora: Rocco Jovens Leitores.
Páginas:336.
ISBN: 9788579801754.
Capítulo do Livro
Skoob

Sinopse:

Na noite de natal, uma inesperada tempestade de neve transforma uma pequena cidade num inusitado refúgio para insuspeitos encontros românticos. Em Deixe a neve cair, bem-sucedida parceria entre três autores de grande sucesso entre os jovens, John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle escrevem três hilários e encantadores contos de amor, com direito a surpreendentes armadilhas do destino e beijos de tirar o fôlego. Comédia romântica com a assinatura de um dos maiores bestsellers da atualidade, o livro é o presente de Natal perfeito para os fãs de John Green e de histórias de amor e aventura.

~Apresentação~

Maureen Johnson é mesma a autora de 13 pequenos envelopes azuis, lançado no Brasil pela Underworld. Além de Deixe a neve cair, Maureen assina um conto em Férias malditas e é co-autora em A rainha fugitiva que faz parte dos As crônicas de Bane, da Cassandra Clare. A Rocco Jovens Leitores lançará da autora, ainda sem data definida, a série Shades of London. John Green praticamente dispensa apresentações, sendo seu maior sucesso até então o livro A culpa é das estrelas. Lauren Myracle é uma das autores de Formaturas infernais, sendo Deixe a neve cair até então seu segundo trabalho publicado no Brasil.

Deixe a neve cair é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Jubileu, Tobin e Addie, protagonistas de cada conto. As histórias não são independentes, elas se interligam e precisam ser lidas na ordem de apresentação. A diagramação está bem bonita, com flocos de neve até mesmo no verso da capa. O único porém é que as páginas são brancas, mas não atrapalhou minha leitura. Li o livro em um dia e meio.

O primeiro conto é a história de Jubileu Dougal, uma garota que recebeu este nome em homenagem a um prédio de uma coleção de peças de cerâmica chamada Cidade do Papai Noel Flobie. Conseguir uma peça dessa coleção é bastante difícil e os pais de Jubileu viajam 80 quilômetros para garantir uma. E acabam presos numa confusão em frente a loja que a vende. É véspera de Natal, faz um ano que Jubileu namora Noah e tudo o que ela mais quer é passar o Natal com ele. Mas por conta da prisão temporária dos pais, ela é obrigada a arrumar as malas e pegar um expresso para a casa dos avós. No meio do caminho, uma nevasca cai e o expresso fica atolado na neve na pequena cidade de Gracetown.

Ao se aventurar fora do expresso, ela acaba encontrando uma Waffle House, uma espécie de café. Lá, ela conhece Stuart, que acabara de ter o coração partido, e outras personalidades locais. É nesta cidade que todas as histórias acontecem.

O conto de Jubileu funciona como o primeiro livro de uma série. Ele traz bastante informação e pincela a história das personagens que terão mais importância nos contos seguintes. É bom ficar atento a isso. Porém, foi justamente por não considerar essa apresentação muito boa que este é o conto que eu menos gosto do livro. Vejam, ele não é ruim. Podia ter sido melhor preparado. E eu senti que a relação de Jubileu e Noah foi muito vaga quando a autora podia ter aproveitado para desenvolver uma mensagem natalina bem bacana.

Tobi, JP e Duke estavam curtindo um filme na casa de Tobi quando Keun, da Waffle House, telefona e dá a notícia bombástica: um trem atolou na neve e catorze líderes de torcida estão naquele momento na Waffle House, praticando espacates. Mas Tobi precisa correr para chegar até lá antes de outros caras que também querem presenciar esse milagre de Natal. Nem mesmo a nevasca esfria os ânimos de Tobi e JP (Duke é uma garota), e os três pegam um carro e partem numa corrida maluca contra o tempo para chegar na Waffle House.

O conto do John Green é melhor que o primeiro. Mas ainda assim se não fosse pela neve e por citarem o Natal ele poderia se passar em qualquer outra época do ano. Mesmo no conto é possível reconhecer sua fórmula do sucesso: um nerd com amigos malucos, a garota desejada e uma narrativa carregada de ironia e sacadas inteligentes. Quem gostou dos outros livros do autor sem dúvidas vai curtir esse conto.

Addie despirocou de vez após o término do namoro. Cortou o cabelo e o tingiu de rosa e mesmo assim se sente uma pessoa miserável. Suas amigas, como todos os bons amigos devem ser, falam na cara dela o que ela precisa ouvir e não o que ela quer ouvir, embora Addie tenha sérias dúvidas de que aquelas palavras possuam alguma verdade. Addie tem uma promessa para cumprir e, com isso, tentar mudar a imagem que as pessoas têm dela. Ela precisa recolher um mini porco encomendado por sua amiga em uma loja que fica bem próxima a Starbucks em que trabalha. Será que ela conseguirá cumprir uma simples promessa como esta?

Este é o conto que eu mais gostei por ter vários elementos natalinos na trama. A começar por uma personagem sem esperança de ser perdoada pelo amor da sua vida e que é um tanto quanto egoísta. Seu crescimento ocorre aos poucos conforme as duras verdades sobre ela não contadas e o quanto ela se mostra disposta a mudar. Apesar dessas coisas soarem como negativas, são elas que tornam o conto divertido. Acredito que é legal a gente se envolver com todo o espírito dessa época do ano e rever nossos conceitos e buscar melhorar, não é? É este o caminho que Addie tenta seguir.

Eu quero um mini porco para colocar numa caneca!