quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Resenha | Adeus à inocência

Adeus à inocência
Autor: Drusilla Campbell.
Tradução: Robson Falcheti Peixoto.
Editora: Novo Conceito.
Páginas: 272.
ISBN: 9788581632766.
Skoob

Sinopse:

Madora tinha 17 anos quando Willis a “resgatou”. Distante da família e dos amigos, eles fugiram juntos e, por cinco anos, viveram sozinhos, em quase total isolamento, no meio do deserto da Califórnia. Até que ele sequestrou e aprisionou uma adolescente, não muito diferente do que Madora mesmo era há alguns anos... Então, quando todas as crenças e esperanças de Madora pareciam sem sentido — e o pavor de estar vivendo ao lado de um maníaco começava a fazê-la acordar —, Django, um garoto solitário, que não tinha mais nada a perder depois da morte trágica de seus pais, entrou em sua vida para trazê-la de volta à realidade. Quem sabe, juntos, Django, Madora e seu cachorro Foo consigam vislumbrar alguma cor por trás do vasto deserto que ajudou a apagar suas vidas?

Olá, pessoal! A resenha de hoje é sobre um livro que tinha tudo para ter uma história muito envolvente e intensa, mas que para mim não acabou sendo tudo o que eu esperava. Terminei a leitura um pouco confuso.

~Síndrome de Estolcomo~

Vocês já devem ter ouvido falar sobre a síndrome de Estolcomo. Normalmente, ela é associada às pessoas que foram vítimas de sequestro que acabam se identificando emocionalmente com seu raptor. Esse estado psicológico passou a ser chamado assim quando, em 1973, quatro pessoas foram mantidas sequestradas por seis dias em um banco da cidade de Estolcomo, na Suécia, e recusaram ajuda policial e usando seus próprios corpos como escudos para proteger os criminosos.

A síndrome de Estolcomo, porém, não tem relação somente com sequestros. Até mesmo um relacionamento destrutivo pode levar uma pessoa a desenvolvê-la. No caso de Adeus à inocência, acredito que Drusilla Campbell optou por conduzir sua história por essa vertente.

~Enredo~

Quando tinha dezessete anos, Madora passou por um momento bem complicado durante uma festa e acabou sendo salva por Willis, que lhe prometeu que nada de ruim aconteceria. Cinco anos se passam e agora Madora está morando com Willis no meio do deserto da Califórnia, praticamente sem outra companhia além do cachorro Foo. Até que certo dia, Willis aparece com uma adolescente grávida e a prende num trailer localizado a poucos passos de sua casa. Ele tem um plano mirabolante: quando a garota der à luz, ele pegará o bebê e o levará para um advogado em troca de uma alta quantia de dinheiro que o ajudará a conseguir entrar para a faculdade de medicina. E Madora é quem terá de cuidar dela, alimentando-a e cuidando de manter tudo no trailer em ordem, como uma empregada.

Django é um garoto de doze anos que já carrega uma boa bagagem emocional. Recentemente, seus pais morreram em um acidente de carro e o garoto foi deixado aos cuidados da tia Robin até que os trâmites a respeito da herança da família sejam resolvidos. Seu pai era uma estrela do rock. Um dia, quando volta da escola, Django vê um cachorro preso dentro de um carro escuro sob o sol escaldante e fica furioso com a atitude do dono. Através de um contrato para cuidar da avó de Django, o garoto descobre o endereço do dono do cachorro e promete procurá-lo e sequestrá-lo, ao cachorro, se descobrisse algo que não gostasse. O problema é que o dono é Willis. Mas é através dessa determinação de encontrar o cachorro que Django acaba conhecendo Madora.

~Narrativa e desenvolvimento confusos~

Sabe quando a gente simplesmente para a leitura de um livro e vai ler a sinopse para tentar se situar nos acontecimentos por que não está entendendo nada do que está lendo? Aconteceu isso comigo quando terminei o quinto capítulo, aproximadamente na página 50. E não houve muita mudança durante o restante da leitura. 

A sinopse da orelha dá a entender que o livro fala sobre a relação entre sequestrado e sequestrador. Mas Madora é livre para ir aonde quer que ela queira desde que volte para casa. Foi muito estranho ver que Madora pouco ligava para fato de ter uma adolescente que recém dera à luz acorrentada num trailer. Madora, na verdade, a vê apenas como um incômodo por ter de cuidar das necessidades dela. Talvez o ponto positivo da narrativa seja esse: a autora mostra que o psicológico de Madora está afetado por essa relação doentia com Willis.

Drusilla usa a narrativa em terceira pessoa para nos apresentar os acontecimentos. Temos o ponto de vista de Madora, Django e de Robin, o que eu achei completamente desnecessário. O que deveria ser um recurso excelente para mostrar de forma bem ampla e clara o que acontecia me deixou bastante perdido. Junte-se a isso a tradução de "Little girl gone" para "Adeus à inocência", dando uma ideia errada do que esperar da história.

~Concluindo~

A sensação que eu tive após o término da leitura é de confusão. Não gosto quando termino de ler um livro e me sinto assim, porque dá a impressão de que o autor não soube contar bem sua história. Estranhei demais o final, o desfecho poderia ter sido mais impressionante para valer a pena toda a jornada até ele. Arrisque-se.

(...) Para Django, era óbvio que Willis Brock podia saber como ser firme, mas não tinha noção do que era amor.
Página 69.
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