Mini-resenha | Beleza perdida

Havia muita expectativa em torno dessa leitura. Pessoas que eu conheço disseram que é um dos melhores new adults que leram. Clientes da Nobel Serra insistiam para que eu o lesse por terem se emocionado tanto com ele. Então, chegou um dia e eu resolvi ler.

A princípio, confesso, não vi nada de mais nessa história que justificasse toda a comoção. São muitos personagens apresentados, o que me incomoda um pouco quando o autor parece não ter controle sobre. Mas Amy dá justificativa para essas apresentações, para usar boa parte do começo do livro nisso. Ela quer que tenhamos empatia com suas histórias. Quer que nos envolvemos com seus sonhos e desejos. Para depois despedaçar um pouco o coração do leitor que ousou se envolver.

Beleza perdida, dizem, é uma releitura moderna de A Bela e a Fera. Neste caso, temos a garota que não se acha muito bonita, com um visual comum e não muito cheio de perspectiva. Ela se encanta e se apaixona por um dos caras, se não o cara, mais bonito e desejado da escola ao tentar ajudar sua amiga a se aproximar dele. Mas no ponto de transição da história, quando uma nova camada é acrescentada, os papéis se invertem. Ela se torna uma mulher linda, talvez não plenamente consciente disso. Ele se torna um guerreiro ferido fisica e psicologicamente. Recluso pela culpa de ferir outros. Admirando sua "bela" que trabalha tão perto de si.

O leitor fica um pouco arrasado com essa virada na história. Mas se encanta com a forma pura, divertida e sincera que poucos têm de viver a vida. É o caso do primo de Fern. Apesar de viver em uma cadeira de rodas, devido a uma doença degenerativa que deveria tê-lo levado mais cedo, Bailey tem um aproveitamento dos seus dias contados para fazer com que as pessoas ao seu redor também o tenham. Há vários ótimos momentos dele, mas há o momento, aquele que a gente admira sua valentia e amor e torce muito para que tudo dê certo.

No fim, aquela história que começa simples como qualquer outra cresce muito e se torna diferente e especial. Amy Harmon consegue fazer isso: fisga o leitor devagar para, depois, deixá-lo completamente na sua rede.

Autora: Amy Harmon.
Tradução: Monique D'Orazio.
Editora: Verus.
Páginas: 336.
ISBN: 9788576863748.
Classificação: 5/5.
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