Resenha | Ordem - Silo #2

Se você normalmente acompanha o blog, deve ter lido a minha resenha para o livro Silo. Se você ainda não leu - como assim!!! -, corre lá e depois volta aqui: Silo. Eu simplesmente adorei o livro. A tensão sempre crescente me empolgou, o livro é daqueles que começam muito bom e a deliciosidade só vai aumentando. Quando eu vi que haveria uma continuação mostrando acontecimentos anteriores à história apresentada, eu fiquei empolgado e ao mesmo tempo preocupado com o que eu veria.

Vamos ler minha resenha e ver quais foram as minhas impressões sobre Ordem!

Antes de mais nada, esta resenha possui pequenos comentários que podem ser spoilers para quem ainda não leu o primeiro livro.

A história

Para quem gosta de um bom romance regado a intrigas políticas, Ordem é um prato cheio. Isto porque logo no começo é possível ver o terreno que Hugh Howey vai preparando para conduzir o leitor ao longo do livro. É o ano de 2049, e tudo o que o deputado Donald Keene quer é fazer a diferença. Recém eleito, ele deixou para trás sua carreira de arquiteto para se dedicar integralmente à política. O que ele não esperava é que o senador Thurman, quando o chama para uma conversa ultra secreta, recrutaria dele seus conhecimentos acadêmicos para a elaboração do maior plano que o mundo jamais viu.

Quando só se pode culpar Deus, nós o perdoamos. Quando se trata de outro homem, nosso irmão, nós o destruímos.
Pág. 241.

Ao lado de Anna, um antigo relacionamento amoroso e motivo de discórdia direta da sua esposa, Donald é recrutado para elaborar o projeto de um prédio subterrâneo cilíndrico, com vários níveis, para o caso de alguma catástrofe ocorrer e as pessoas poderem sobreviver. No entanto, aquele projeto inicial começa a passar por várias mudanças e Donald se vê envolvido em algo além do que poderia imaginar.

Enquanto isso, mais à frente no futuro, Troy desperta de uma câmara criogênica dentro do silo um para realizar as tarefas designadas para seu primeiro turno. A principal dela é controlar todos os silos existentes e evitar que informações vazem, mesmo que para isso medidas extremas precisem ser tomadas. Mas Troy não se sente completo. Acredita que há algo de errado em si, como se algo em seu íntimo quisesse vir à superfície e sempre que estava para brotar, de alguma forma era refreado.

Ordem x Silo

A escrita de Hugh Howey continua surpreende, A narrativa de Ordem, assim como a de Silo, é em terceira pessoa pelo ponto de vista de vários personagens cativantes. Mas diferentemente de Silo, Ordem alterna o presente e o futuro. Isso acaba gerando um excesso de informação que pode deixar os leitores confusos em alguns momentos. Eu fiquei um pouco. No entanto, Hugh vai revelando facetas dos personagens que a gente não imagina, fazendo com que redescobrimos as histórias de cada um deles.

Para uma pessoa que gosta de ler e ver vídeos sobre conspirações, Ordem pode não trazer grandes surpresas. Alguns dos motivos apresentados na história já estavam em minha cabeça desde que eu li Silo. Isto não quer dizer que seja um ponto negativo; foi bom que Hugh tenha me confirmado as minhas suspeitas. Silo ainda é meu preferido pela crescente tensão na narrativa, toda a expectativa gerada e os "e se" imaginados.

Concluindo

Quem leu Silo vai reconhecer algumas situações do primeiro livro neste segundo. O gancho para o terceiro livro, Legado, é sensacional. Há um pequeno trecho no final de Ordem, o que me deixa pensando que o livro não vai demorar muito para vir - pelo menos, é o que espero. Queria muito poder dizer claramente o que eu mais espero do livro. Mas seria uma revelação tão grande que vocês dariam um jeito de me enterrar.

(...) Sabe o que eu digo a todos os recém-eleitos? Que a verdade virá à tona, ela sempre vem, mas virá misturada com um monte de mentiras.
Pág. 19.

Autor: Hugh Howey.
Tradução: Edmundo Barreiros.
Editora: Intrínseca.
Páginas: 512.
ISBN: 9788580576818.
Classificação: 4/5.
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