quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Resenha | Seis coisas impossíveis

Seis coisas impossíveis
Autor: Fiona Wood.
Tradução:
Editora: Novo Conceito.
Páginas: 272.
ISBN: 9788581633251.
Skoob

Sinopse:

Dan Cereill levou um encontrão da vida: seu pai faliu, assumiu que é gay e separou-se de sua mãe, tudo de uma vez só. Enquanto isso, sua mãe recebeu de herança uma casa tombada pelo patrimônio histórico que cheira a xixi de cachorro, mas que não pode ser reformada... E, agora, Dan está vivendo em uma casa-relíquia que parece um chiqueiro, com uma mãe supertriste e sem conseguir falar com o pai — que ele ama muito. Suas únicas distrações são sua vizinha perfeita, Estelle, e uma lista de coisas impossíveis de fazer, como: 1. Beijar a garota. 2. Arrumar um emprego. 3. Dar uma animada na mãe. 4. Tentar não ser um nerd completo. 5. Falar com o pai quando ele liga. 6. Descobrir como ser bom e não sair abandonando os outros por aí... Mas impossível mesmo será: 1. Não torcer para que Dan supere seus problemas. 2. Não rir muito com os devaneios dele. 3. Não querer ter um cachorrinho como Howard. 4. Não desejar que a mãe de Dan encontre a felicidade. 5. Parar de ler este livro. 6. Não querer abraçar o livro depois de tê-lo terminado...

Olá, pessoal! Meus comentários de hoje são sobre o livro Seis coisas impossíveis, da australiana Fiona Wood. Eu fiquei surpreso com a Novo Conceito investindo num livro com um tom mais jovem e com um personagem masculino. É tão mais comum vermos uma narradora em livros, não é?

Não quero ser julgado, nem que alguém tenha pena de mim; só quero ficar pianinho enquanto vejo o que vai rolar ao meu redor.
Página 32.

Dizem que fazer listas é a melhor forma de manter tudo organizado. Dan Cereill (algo como "surreal") é um garoto de 14 anos que fez uma lista de seis coisas impossíveis após sofrer um grande baque na sua vida. Seus pais se separaram após uma crise financeira e seu pai assumiu, quase aos 40 anos, que é gay. Agora, vivendo em casas separadas, Dan e a mãe precisam tentar colocar a vida nos eixos. Mas sua mãe ainda está sofrendo pela separação e suas tentativas de fazer bolos de casamento não saem do jeito que Dan esperaria que saísse. Nesta nova casa, Dan acaba conhecendo Estelle, sua vizinha que se torna a garota impossível e outras pessoas que lhe darão alguma força nessa empreitada.

A narrativa é em primeira pessoa e apresenta o ponto de vista de Dan nesse novo ambiente em que ele foi jogado. A autora usa uma linguagem bem jovem e leve. É interessante ver como Dan lida com a adolescência, que é complicada por si só, e os problemas que foram agregados por conta da separação dos pais. O livro se passa na Austrália e, afora algumas referências a nomes, ele poderia ser localizado em praticamente qualquer outro país. Eu curti bastante a capa e ela tem vários elementos relacionados à história. A diagramação interna traz alguns dos detalhes vistos na capa no começo de capa capítulo.

Sinto uma onda inútil de raiva e tristeza porque meu pai não está aqui para dar um jeito nisso. Não vou conseguir resolver o problema sozinho.
Página 156.

Dan é um garoto comum que tenta se adaptar a essa nova realidade da vida. Uma atitude admirável nele é o fato de querer colocar a mãe para cima, tendo que assumir uma postura às vezes mais madura que a dela quando o que ele mais queria era de alguém no seu lugar encaixando as pelas e lhe dizendo que tudo vai ficar bem.

Eu esperei ansiosamente o momento em que Dan e o pai conversariam, mas acabei me decepcionando. A autora preferiu não explorar mais profundamente a relação do filho diante a descoberta da sexualidade do pai. Tive a impressão, durante a leitura, que Dan não queria encarar essa realidade com medo de falar lago de que se arrependesse muito depois.

Para quem procura um livro de leitura muito fácil, fluída, Seis coisas impossíveis tem uma pegada boa. Eu tenho certeza que teria lido em um dia se não tivesse outras coisas para fazer. Espero muito que a editora invista em outros títulos semelhantes a esse. Recomendo!

Ao enfiar a mão no meu armário, percebo uma porção preocupante de pulso e antebraço saindo do meu moletom cinza. Acho que já deveria estar usando um tamanho maior de roupa, mas, quando a gente comprou essa blusa nas férias, servia direitinho e ainda tinha espaço para crescer. Olho para baixo. Minha calça também está curta demais. Isso é bom. Pelos no rosto, nariz inchado, olho roxo, roupas que não me servem direito - esse lance de me tornar um cara descolado está dando supercerto!
Página 83.

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